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- Contato Brasil, 22 de dezembro de 2024 15:57:16
“Não estamos aqui para apagar nacionalidades e soberanias em nome de um ‘interesse global’ abstrato”. A frase, pronunciada já no final do seu polêmico discurso no início da semana na ONU, pode resumir o que de significativo foi dito pelo presidente brasileiro naquela manhã em Nova Iorque.
Acossado por queimadas, questões indígenas, mineração e desmatamento na Amazônia – a maior e mais rica floresta do planeta – Jair Bolsonaro, num gesto incomum em nossa tradição diplomática, aproveitou sua fala protocolar na ONU para colocar-se diante do mundo. Apesar do seu estilo e linguagem peculiares, o presidente brasileiro não foi exatamente infeliz como têm esbravejado a mídia, nacional e mundial, e renomados diplomatas brasileiros.
Assim como as gestões passadas, o governo Bolsonaro também não tem, ou ainda não apresentou, um plano claro e consistente para a devida e adequada exploração sustentável da Amazônia. Verdade que ele já manifestou desejos de alterar as políticas indigenistas praticadas até hoje, com destaque para as demarcações de terras, a política de mineração e o uso econômico geral da floresta. Mas não é por isso que devemos responsabiliza-lo e a seu governo pelos desmandos identificados nas últimas queimadas na floresta.
Nesse cenário, Jair Bolsonaro não errou ao apontar parte da mídia nacional e estrangeira e alguns líderes europeus, como os responsáveis pela ampla repercussão dos incêndios recentes na Amazônia . Como o presidente brasileiro destacou em seu discurso, os interesses de ONGs – com as exceções devidas – e de líderes europeus “ambientalistas”, não são exatamente na preservação da floresta e menos ainda na qualidade de vida das nossas civilizações primitivas. Solertes, antes querem manter as riquezas da Amazônia intocadas. Uma espécie de reserva futura para o chamado primeiro mundo. Com esse intuito escudam-se no discurso do meio ambiente como patrimônio da humanidade.
A verdade é que a nossa floresta vem sendo saqueada e destruída desde sempre. A verdade é que nenhum governo, até hoje, apresentou um modelo de ocupação e exploração da Amazônia adequado e sustentável. O que está organizado na floresta é o roubo, o crime e a corrupção. O governo Bolsonaro quer alterar essa realidade e, no seu estilo, abriu o debate interno e externo. Bravo!
Ainda em sua fala na ONU, Bolsonaro ofertou amplo espaço para questões ideológicas e religiosas. Aí ele perdeu um pouco a mão, ainda que chamar o Fórum de São Paulo pelo nome devido mereça nosso aplauso.