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Jorge Henrique Cartaxo
  • 15/08/2019 10h19

    Democracia em jogo

    No Era clássica, o poder seria a expressão da vontade do povo que se manifestava nas assembleias públicas nas cidades-estados

    Imagem de Atenas( Foto: arquivo do colunista)

    A democracia é uma ideia construída na Grécia clássica. Com o fim do mundo politeísta e o início da Era Cristã, o conceito de democracia adormece. Já no século XVIII, no fervor das revoluções burguesas ocidentais, o valor democrático  ressignifica-se  e se faz acompanhar por um novo ator político: o cidadão. Mas, somente depois da II Guerra Mundial do século XX ( 1939/1945)  a democracia reaquece seu discurso, referências e reflexões, agora num cenário de reconstrução de um mundo ocidental dilacerado, física e moralmente,  pelo nazifacismo. 

     No Era clássica, o poder seria a expressão da vontade do povo que se manifestava nas assembleias públicas nas cidades-estados. “Demos” significa povo e “kratos” significa o poder, na concepção grega. Já no século XVIII, com o resgate iluminista da cultura clássica  a partir do século XIV e o fim da chamada Idade Média, brota a concepção moderna de democracia. No calor das armas e dos debates, no rastro do sangue das baionetas e do som mudo da guilhotinas, nas Revoluções Francesa e Americana, recupera-se o princípio da democracia, agora sem súditos passam a ocupar  a cena pública como cidadãos.

    Na segunda metade do século XIX, no tenso e rico debate político, econômico e social  que se coloca com a Revolução Industrial, um novo conceito passa a integrar, pelos menos para alguns, os valores democráticos: o bem comum. Destaca-se também, nesse período,  a presença constante e crescente no debate acadêmico e político do termo “ideologia”. Resumidamente, um conjunto de ideias e valores que um determinado grupo defende e acredita como eternas e universais. Não raro, salvadoras da humanidade. Esse espírito se aguçou no pós guerra, no embalo da chamada Guerra Fria.

     Com a implosão do então Império Soviético, o fracasso dos modelos stalinista-socialista-estatizantes e a vitória da parceria “neoliberal”  de Reagan ( USA) e Thatcher ( Reino Unidos ), a democracia ocidental parecia ter se consolidado de vez como modelo de civilização vitorioso para todo o sempre. Logo em seguida, veio a nova globalização e a União Europeia. Pelo menos até a segunda  metade da década de 1990/2000, essa  nova ordem parecia  estabelecida  definitivamente.

     Os fatos recentes querem desmentir isso. Há um populismo com expectativas autoritárias ampliando-se no mundo e com crescente aceitação social. De fato, a ideia de democracia e suas praticas, sempre foram observadas de forma distintas em cada  época. Ainda não está claro e nem parece simples esse eventual triunfo de uma nova Era autoritária. Mas pode sim ocorrer!

                                                  


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