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- Contato Brasil, 23 de dezembro de 2024 00:31:06
Reformar a Previdência, adapta-la às mudanças demográficas e tecnológicas que caracterizam o mundo contemporâneo é uma realidade que se impõe. Mas, o que o ministro Paulo Guedes – representante do capital financeiro – quer impor ao País é apenas mais um crime contra os, desavisados e tartamudos, brasileiros. Na verdade, o anunciado déficit não existe. Desde a Constituinte de 1988 até 2015, os recursos da Seguridade Social sempre foram superavitários em somas significativas. Apenas para ilustrar, com os dados oficiais da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil: a sobra de recursos, por exemplo, em 2005 foi de R$ 72,7 bilhões; de R$ 53,9 bilhões em 2010; de R$ 76,1 bilhões em 2011; de R$ 82,8 bilhões em 2012; de R$ 76,4 bilhões em 2013; de R$ 55,7 bilhões em 2014; e de R$ 11,7 bilhões em 2015. E o mais grave: essas sobras fantásticas foram desviadas, de forma sigilosa e ilegal, para o obscuro sistema da nossa dívida pública que já consome quase 50% do PIB do País. Dívida inexplicável, com juros inexplicáveis, credores opacos e inomináveis que jamais permitiram a constitucional auditoria desse verdadeiro saque aos cofres públicos.
A desinformação fica mais grave quando sabemos que as empresas privadas devem hoje R$ 450 bilhões à Previdência e que somente no setor de petróleo e gás as isenções fiscais chegam a R$ 1 trilhão apenas para atender as petroleiras Shell, Chevron, Exxon, Repson e British Petroleum. Enquanto esse números escandalosos são jogado sob os tapetes dos Palácios com a cumplicidade da grande mídia, o senhor Paulo Guedes e “especialistas” bem pagos, assombram a Nação com o “rombo da previdência” que estaria jogando o País na recessão e no desemprego.
Cínicos, escolhem os servidores públicos como os “privilegiados”, portanto os responsáveis pela miséria nacional. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, existem apenas 2500 funcionários estatutários. Destes, não mais de 400 servidores, se tanto, ganham o teto salarial de R$ 39 mil. Os demais 12 mil funcionários da Casa são dos gabinetes, terceirizados e CNEs ( os cargos de livre provimento). Somados, a media salarial, se muito, deve chegar a R$ 5 mil incluindo os valores pagos ao INSS.
Como podemos observar, os números falam por si. O Brasil é injusto, sabemos! E essa injustiça expressa-se nas nossas políticas salariais, pública e privada, e também nas suas aposentadorias, por definição. Certamente é razoável corrigir essas disparidades. Mas fazer isso com alguma decência também se faz necessário!
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