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- Contato Brasil, 23 de dezembro de 2024 05:40:38
A vitória do presidente Jair Bolsonaro, por si só, foi uma vitória do Brasil e dos brasileiros. Afastou a máquina corrupta e criminosa comandada pelo PT do Palácio do Planalto. Bolsonaro trouxe também para o centro do poder o Exército brasileiro, inaugurando na República uma nova experiência com a mais respeitada instituição do País. É constrangedor para muitos, sobretudo para a esquerda de boutique – essa gentalha que se autoproclama proprietários da virtude e do bem – ver generais e demais oficiais de alta patente, nos principais gabinetes do Palácio do Planalto.
Até porque, não faz muito tempo, esse mesmo Exército, com expressivo apoio civil, do clero e basicamente de toda sociedade politicamente organizada no País do início dos anos sessenta do século XX, destitui o ex-presidente João Goulart do poder, inaugurando uma nova era autoritária no País que durou de 1964 a 1984.
Governos autoritários são sempre indesejados. Há mais chances de erros, exageros e injustiças do que numa democracia, mesmo nas precárias. Não foi diferente nos governos militares no Brasil, ainda que não se tenha uma avaliação mais ampla, objetiva e profunda daquela experiência em que pese a farta bibliografia já existente sobre o período. Me recordo de um encontro, na década de 1970, em companhia do meu pai, com o saudoso Tarcísio Leitão e um ex-deputado Constituinte de 1946 eleito pelo Partido Comunista de Pernambuco ( Alcedo Coutinho ou Agostinho de Oliveira). Caminhávamos na praia do Sabiaguaba e a conversa era o getulismo. Nunca ouvi e vi tanto ódio e rancor sobre Getúlio Vargas. Meu pai e Tarcísio aquiesciam, não raro com ressalvas, as palavras do velho comunista. Anos depois, já em Brasília, trabalhando no Congresso, lendo sobre aquele período e convivendo com homens públicos que viveram os governos Vargas, compreendi melhor as indignações manifestas com o líder gaúcho. Os anos passaram, as verdades, erros e acertos foram decantando até que o Lira Neto nos brinda com uma biografia fantástica do Getúlio Vargas, mostrando o grande homem público que foi, seus erros, falhas, equívocos, defeitos...mas sempre na galeria dos grandes brasileiros. Não devemos nos surpreender se o mesmo acontecer, na sua devida proporção, com os governos civil/militar de 1964 a1984.
Depois, não podemos esquecer, que a vitória de Bolsonaro e a consequente presença dos militares no comando do País, é também uma resposta dos brasileiros ao fracasso dos governos civis de 1985 até o governo Michel Temer em 1918.
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