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- Contato Brasil, 23 de dezembro de 2024 05:16:41
Entre necessidades e temores. Assim podemos começar a entender os passos da pacificação entre os Poderes da República nas últimas 48 horas que antecederam o retorno do presidente Jair Bolsonaro ao Palácio da Alvorada, no final da manha de ontem.
A CPI do Poder Judiciário – a Lava Toga – foi para o arquivo. A poderosa Comissão de Assuntos Econômicos do Senado será presidida por um aliado do governo, o senador Omar Aziz ( PSD – AM). Nada sugere que o novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não seja devidamente acolhido e aplaudido no Senado. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, almoçou com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com direito a um telefonema no modo viva voz para o presidente Bolsonaro. Até mesmo o loquaz general Hamilton Mourão, que não raro esquece que é o vice-presidente da República, foi ao general Villa Boas pedir conselhos e ajuda para não se ver rifado definitivamente do convívio com o presidente Jair Bolsonaro, passando a viver isolado no Palácio do Jaburu.
Claro, ajustes graves e profundos ainda se farão necessários. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, precisa aprender a se comportar e a conter suas síndromes templárias. A ministra Damares Alves deveria administrar melhor o seu passado. A rigor, pelo menos depois que assumiu a pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares não foi exatamente imprópria. Mas o que teria dito no passado não ajuda. Do mesmo modo seria prudente que o ministro da Educação, Ricardo Vélez, fizesse melhor uso da sua reconhecida formação acadêmica. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é apenas um imbecil.
Essas pastas, pelo menos por enquanto, não estão no foco imediato do governo. Aprovar a reforma da Previdência e dar os primeiros passos na reforma tributária mobilizam a linha de frente do Palácio do Planalto. O que vale dizer estabelecer consistência na convivência com o Congresso, valorizando o clima de acolhimento desse primeiro momento. Mas, aqui começam os ruídos. O Congresso, pelo menos a sua maioria, quer cargos, facilidades, prebendas, percentuais, corrupção. Enfim: ser comprado. Bolsonaro foi eleito também para combater isso. Os militares também querem o mínimo de decência no trato da coisa pública. Já a Justiça, apreensiva e visivelmente abalada, teme ser moída no maremoto de uma eventual e indesejada crise institucional ainda não de todo descartada. O que a faz propugnar pela paz e harmonia entre os Poderes. A conferir!
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