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- Contato Brasil, 23 de dezembro de 2024 05:37:16
Pode ter ocorrido, mas não lembro e não li nenhuma referência nos jornais e nas redes sociais de alguém ter sido devidamente responsabilizado, no Brasil, em alguns dos nossos frequentes desastres frutos da imperícia, irresponsabilidade, negligência e indiferença com o Brasil e os brasileiros.
A tragédia de Brumadinho, em princípio, sugere mudanças nessa toada demoníaca. A prisão dos engenheiros, as multas significativas e o bloqueio de alguns bilhões da Vale, indicam que a impunidade cínica caminha para algum limite. As perdas são irreparáveis, vidas foram ceifadas, não podia ter lição mais dolorosa e odienta!
Acidentes em alguma das centenas de barragens de rejeito existente no País ainda podem ocorrer. Mas, certamente, outras não serão mais edificadas. E as existentes, passarão por rigorosa vistoria e estarão sobre permanente monitoramento. Já se sabe também que esses rejeitos podem ser reaproveitados para a fabricação de tijolos e pavimentação de estradas. Essas barragens criminosas porque construídas com a mais atrasada das tecnologias, certamente serão desativadas e refeitas.
Se verdade, registramos uma mudança importante no setor mineral brasileiro, sugerindo que irresponsabilidades similares em outros setores terão como resposta a Justiça e a ação contundente do Estado. Menos mal! Mas ainda é pouco! Estamos distante da decência. O País esta literalmente decompondo. Viadutos, pontes, patrimônio histórico, estradas, saneamento, água potável, conservação de nascentes, mobilidade urbana, portos, aeroportos, ferrovias...tudo é pouco e insuficiente.
O novo governo, que mal começou e iniciou produzindo ruídos indevidos, se portou de forma adequada no episódio. Com firmeza, sem populismos ou extravagâncias, o presidente e seus ministros têm tratado a tragédia de Brumadinho com a gravidade cerimoniosa que o momento exige. Mas, também ainda é pouco e insuficiente. A tragédia de Brumadinho foi apenas mais uma evidência dolorosa do quanto estamos destruídos. Dar ânimo e rumo à Nação. Mover a Pátria na perspectiva das esperanças possíveis. Brandir o relho implacável da lei no lombo da corrupção, na face do corrupto, no corpo do negligente com o interesse público, nas mãos de qualquer homem que ouse não reverenciar a supremacia do interesse coletivo e majestade da coisa púbica. Parodiando o engenheiro da Microsoft, temos que jogar na curva os macacos que ainda teimam em segurar a direção da nossa Ferrari que amamos e chamamos de Brasil!
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