(Brasília-DF) Muita gente falando que o PT, e o Governo, é verdade, usam o “Nós Contra Eles” nesse caso do caso do IOF, agora suspenso pelo Supremo Tribunal Federal, que também decidiu anular a decisão do Congresso Nacional que anulou o decreto do presidente Lula.

Isso não é novo, também se sabe.  Em 2002, na primeira campanha de Lula, que foi vitoriosa, eles usaram. Duda Mendonça colocou ratos na TV com frases do tipo: “Ou a gente acaba com eles, ou eles acabam com o Brasil.”.  Na reeleição de Dilma, em 2014 foi usado: “Ou a gente acaba com eles, ou eles acabam com o Brasil. Xô, corrupção. Uma campanha do PT e do povo brasileiro.”

O PT saiu vitorioso contra os tucanos. Não tinha Lava Jato ainda. O argumento pegou.

Muito se fala que dessa vez não vai colar, exatamente porque o Governo Lula 3 não traz nada de novo. Naquela época os petistas incrementaram os projetos tucanos e não largaram a questão da responsabilidade fiscal, até porque foram anos de superavit primário.

Agora, o PT não tem mais o patrimônio da ética e já não pode defender responsabilidade fiscal, pois vivemos a época  do déficit, que começou com o infeliz segundo Governo Dilma Rousseff. 

Hoje, Lula e os petistas estão usando o nós contra eles e não teria boa parte do Centrão, que teve no passado.  O argumento do “Nós Contra Eles” de hoje é a questão da Justiça Fiscal.  

O argumento mexe com a maioria dos brasileiros e brasileiras, existe um entendimento geral de que assalariado paga muito tributo e os ricos não! Isso se dissemina.  O problema é que o PT está no poder já há muito tempo, à exceção do breve período de Michel Temer, e o infeliz período de Jair Bolsonaro. Eles não podem falar que mudaram tudo nessa questão de Justiça Tributária.

Apesar de não se achar que isso vá colar novamente, nesse final de semana se viu como, pela primeira vez, o Governo venceu nas redes sociais ao tratar de um tema que foi patrocinado pela oposição. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, foi massacrado nas redes sociais como há muito não via para um político de centro.  Motta é da Paraíba, que é majoritariamente lulista, não petista.

Todo mundo achando que os “Nós Contra Eles” não pegava mais, no entanto vimos, na prática, que ainda pega.  Ainda é muito cedo para ter certeza que essa verdade vai se manter, mas ficou evidente que não se pode jogar na lata do lixo.

Existem muitas variáveis em jogo.  O PT vai insistir com isso por muito tempo, até porque existe muita gente no Congresso, que é favor de Lula, do Centrão, que não ser confundido com seus colegas adversários do Governo?  É possível ficar insistindo com isso por tantos meses a fio?  O empresariado que é amigo, não tanto como os que são adversários, vai suportar ser jogado no lixo comum?  Servidores da elite do serviço público, também, poderão ser atingidos por essa onda?  A contradições de um grupo com tantos anos de poder, que não enfrentou isso, e, agora, quer enfrentar, poderão ser uma âncora negativa?

Não custa lembrar que a máxima de que a História quando se repete, não raro. ou faz mediante tragédia, ou mediante farsa!

A hora certa do teatro da política vai chegar para todos, é nas eleições que fica mais evidente.  Tanto Governo como Oposição têm que fazer suas gestões, este ano é de gestão para todos os lados, apesar da politicalha em campo.

Venho dizendo, aqui e acolá, que eles vão ter que se entender antes de voltarem a se golpear.

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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