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- Contato Brasil, 30 de junho de 2025 21:27:10
(Brasília-DF) Certa vez peguei uma carona, ainda nos anos 90 do século passado, num avião cheio de poderosos. Fiquem na cadeira mais desconfortável, na porta do jatinho, , mas fiquei de frente ao senador Pedro Simon (MDB-RS), nome importante da política nacional e do Rio Grande.
Conversamos muita coisa naquelas duas horas, conversamos, também, sobre o amigo dele, o ex-senador e ex-presidente Itamar Franco. Ele acabou me dizendo o que se já se sabia, que Itamar guardava as mágoas dele no fundo do congelador para elas não estragarem.
Em setembro, o Supremo Tribunal Federal passará a ser presidido pelo ministro Edson Fachin. Ele é do Paraná. A turma do sul reclama de falta de protagonismo nacional.
Edson Fachin assumiu o posto, após a aposentadoria do ministro Marco Aurélio, o famoso primo do ex-presidente Collor de Melo, famoso por dar votos que eram contrários a maioria. Ele era famoso por derrotas, depois que deixou o cargo passou a fazer criticas aos ex-colegas.
Fachin é famoso por derrotas na Corte. Ele foi relator da Lava Jato no Supremo e foi o último a largar a alça fúnebre da famosa operação surgida na 13ª Vara Federal de Curitiba.
Fachin foi o responsável pela famosa liminar que durou cinco ano na “ADPF das Favelas”, que impedia que a polícia do Rio de Janeiro fizesse operação nas favelas, que os especialistas dizem que ajudou muito o crime organizado. Ele só foi derrotado recentemente numa operação que moveu a cúpula da Corte.
Nesta semana, ele foi derrotado no voto da ação que considerou inconstitucional parte da lei do Marco da Internet que responsabiliza as redes sociais.
Ele assumirá a presidência do STF e ficará lá por dois anos, até setembro de 2027, no início do próximo governo. Ele tem posições que agradam e desagradam os dois lados da polarização nacional.
A última vez que um sulista comandou o Supremo Tribunal Federal foi a ministra Rosa Weber, que deu largada a ação que mexeu com o coração do chamado Orçamento Secreto, ainda no final de 2022 - ela disse que o “Orçamento Secreto era incompatível com democracia”
Os sulistas são famosos por terem dificuldades de fazerem acordos nacionais. Sejam eles quais forem. O último presidente sulista, não militar, foi Getúlio Dornelles Vargas. Assim que ele chegou ao poder se livrou de seus companheiros sulistas. Há quem diga que ele teria dito que se chama gaúchos para uma guerra, mas não para um concerto, com “C” e não com “S”.
Se especula que existem 80 inquéritos por venda de emendas parlamentares orçamentárias tramitando no STF. Eles estão em segredo de justiça.
Setembro será um mês marcante. Será o mês que termina a validade da MP do aumento de tributos, mês do início da primavera, mês que o projeto de orçamento de 2026 tem que chegar ao Congresso, mês em que se espera de calmaria entre Governo e Congresso, mês da posse de Fachin.
Não se esqueça que no meio disso tem recesso parlamentar e o famoso agosto, o mês mais tenebroso da política brasileira, o mês do desgosto.
Começamos essas mal traçadas falando de rancor, depois se falou de protagonismo, polarização e o medo das tragédias. Vai ser animado até lá!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
e-mail: polí[email protected]