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  • Contato Brasil, 10 de dezembro de 2024 23:59:20
Genésio Jr.
  • 10/11/2024 11h50

    Ajam por vocês, talvez por nós!

    Aprendi, lendo e relendo esses gigantes de nossa cultura, que em meio a intempérie e do fastio não se recusa o caneco d ‘água nem de um fascista e nem de um comunista

    Um copo d'água não se recusa( Foto: Hortifruti)

    (Brasília-DF)   O Brasil nos últimos 60 anos, entre os século 20 e esse prelúdio de século 21, ficou cada vez mais urbano, porém para entender o Brasil fica cada vez mais necessário entender o Brasil profundo, seu interior, mesmo em tempo tão difíceis, de redes sociais e de valores difusos.

    Ler e entender “Os Sertões” de Euclides da Cunha e “Grande Sertões: Veredas” de Guimarães Rosa com suas marcas de “nordestino é antes de tudo um forte” ou a repetida, mas nunca a exaustão, “viver é perigoso” nos explica como gente.

    Aprendi, lendo e relendo esses gigantes de nossa cultura, que em meio a intempérie e do fastio não se recusa o caneco d ‘água nem de um fascista e nem de um comunista.

    Lembro dessa gente ilustre após o assassinato do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach que foi alvejado com tiros de fuzil à porta do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, o maior do Brasil e da América Latina. 

    O empresário foi morto, assim como um homem motorista de aplicativo que estava no lugar certo, mas na hora errada, assim como foi ferida uma mulher também na mesma situação pois como cidadãos tinham o direito de ir e vir.

    O empresário, como já se sabe, era delator do PCC (Primeiro Comando da Capital) e de políciais das forças de São Paulo, a maior e mais preparada polícia do Brasil. O episódio ganha muito mais que um episódio policial, mas a condição de ação da “Máfia Brasileira”, logo após um processo eleitoral na cidade de São Paulo em que o PCC foi comentado mais que os buracos na rua e os problemas na maior cidade do país.

    O caso ganha uma dimensão social, econômica e política extraordinária.

    Recentemente, o Governo Federal lançou as bases de uma Proposta de Emenda Constitucional que busca federalizar o enfrentamento do crime transnacional, a chamada criminalidade 4.0.  A proposta foi criticada por governadores, alguns com pretensões nacionais, pois a proposta poderia retirar deles poder sobre suas polícias.

    A oposição, a chamada “Bancada da Bala”, apresentou uma proposta, sem mexer na Constituição Federal, que cria mecanismo, como o “consórcio”, de compartilhamento de ações, também, para o enfrentamento do crime 4.0.

    Os dois lados, Governo e Oposição se comportam como fossem os donos da verdade.

    Esse episódio do assassinato do empresário delator já é visto como culpa do Governo Federal por alguns, por outros se fala da culpa do Governo de São Paulo que prega combater o crime a ferro e fogo, mas não controla a sua poderosa e violenta polícia!

    O respeitável público, lembrando minhas lições dos gênios de nossa cultura, não quer saber quem lhe dá a caneca d’água em meio a intempérie, não quer saber o nome do santo, quer saber do milagre.

    Pouco importa se petistas e bolsonaristas discordam sobre a cor de azul que o Céu deve ter, eles precisam buscar um consenso. Pouco nos importa suas diferenças.

    O Estado Brasileiro, dono do monopólio de cuidar da segurança de seu povo, foi desafiado e aviltado nesse episódio que não é isolado, mas só a joia de nosso infortúnio nacional.

    Dizem que só agem quando os ricos são atingidos. Os ricos viram isso de perto, ajam em nome de vocês, pode ser que sobre algo para os pobres mortais!

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista.

    E-mail: [email protected]

     


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