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- Contato Brasil, 14 de outubro de 2024 14:24:07
(Brasília-DF) Este espaço aqui gosta de tratar de política. Nesse início da propaganda eleitoral, iniciada na sexta-feira, 16 de agosto, se deveria tratar dos primeiros passos. Vamos ter uma campanha onde a inteligência artificial vai entrar em jogo e as novas lives eleitorais.
Se deveria tratar da iniciada guerra entre os poderes, por conta das emendas parlamentares, e o que isso poderia influenciar na sua vida. Se poderia tratar como a questão internacional da Venezuela poderá afetar as eleições municipais no Brasil, visto que até camadas populares já começam a dar conta disso, ou dos movimentos que podem surgir nas ruas pedindo o impedimento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e o que isso, também, pode influenciar nas eleições municipais.
São assuntos de sobra para esse espaço, mas não dá para fugir doutro assunto: a morte do apresentador, comunicador e empresário Silvio Santos.
Falar de Silvio Santos vem a ser falar de alguém que era a cara do poder. A Política é para muitos a atividade humana que cuida do poder.
Silvio Santos era a cara do Brasil. Filho de imigrante, nascido na capital do Brasil que foi para capital econômica do Brasil, oportunista, talentoso, homem que se fez por si mesmo; como todo camelô, vendia sonhos e não realidades, arrancou pra vida com coragem, determinação, aprendendo e ensinando; homem de seu tempo a cada tempo, articulado, visionário, empreendedor. Essa é a cara do Brasil que resiste a tudo e todos.
Silvio Santos vendia sonhos. Baú da Felicidade, Portas da Esperança, Quem Quer Dinheiro.
Silvio Santos talvez por saber que o que alimentava o brasileiro, em meio a tantas dificuldades, era o sonho, mesmo sendo um tremendo realista, nunca, em seu projeto de dono de televisão, que ele chamava de “Canal”, nunca, deu muita bola para o jornalismo. Não porque não acreditasse na importância de se saber em que mundo estamos, mas porque acreditava que o brasileiro precisava sonhar mais que tudo para enfrentar as diatribres da realidade.
Isso é poder. Silvio Santos foi um dos homens mais poderosos do Brasil, pessoalmente, mais que a poderosa Rede Globo, o Palácio do Planalto, Congresso, Supremo Tribunal ou o chamado Mercado. Silvio Santos sem dizer de seu poder chamava os brasileiros para sua sala aos domingos antes de iniciar as semanas duras de trabalho e de dificuldade e os chamava para a família, para o riso, para o ameno.
Sílvio Santo era homem de outra época, que nada tem a ver com inteligência artificial, redes sociais e a extrema segmentação da comunicação do Século 21, ou, na política do nós contra eles, dos donos da verdade, do se achar mais importante que o outro e que esse deve ser aniquilado.
Silvio Santos era um pecador e no seu oportunismo judeu bajulou o poderoso da vêz sem nenhum pudor. Costumo afirmar, lembrando a ideia do sertanejo de Euclides da Cunha, numa paráfrase aos dias atuais, que não se recusa, em meio ao sertão árido e cruel, uma caneca de água, nem de um fascista e nem de um comunista. No Brasil do compadrio, ele entendia disso!
Silvio Santos era a cara do Brasil que deseja dar certo, e que não é dono da verdade. Talvez não gostemos de ter esse Brasil como exemplo, mas não é qualquer um que passa por nossas vidas por 60 anos da forma como ele passou.
Falar de Sílvio Santos é falar de poder, sim!
Por Genésio Araújo Jr, jornalistas
e-mail: polí[email protected]