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  • Contato Brasil, 21 de dezembro de 2024 13:12:59
Genésio Jr.
  • 16/06/2024 12h56

    Que tal reeditar a Frente Ampla?!

    Lula se elegeu por pouco em 2022, mas não tem uma base política equivalente a sua vitória nas urnas

    Lula, Simone e Alckmin( foto: Carta Capital )

    (Brasília-DF) Temos reservas de UU$ 340 bilhões, superávit de US$ 85 bilhões na balança comercial, déficit em contar corrente de 1,9% do PIB que é facilmente coberto com investimento estrangeiro direto de 3% do PIB, mas, apesar disso, estamos em crise.

    O dólar não era para estar onde está, nossa bolsa de valores está em queda comparada com outras. É verdade que o dólar não era para estar onde está e nossa bolsa de valores não representa nem parte de nossa economia, centrada basicamente em Petrobras e Vale, mas estamos em crise, sim.

    O presidente Lula teve que dizer que seu ministro da Fazenda é forte e admitiu cortes em despesas. Depois que 27 frentes parlamentares, ligadas a economia real, fritaram o coração de Fernando Haddad em praça pública, a banca, com a Febraban anunciou que dá apoio institucional ao Chefe da Economia.  

    Lula se elegeu por pouco em 2022, mas não tem uma base política equivalente a sua vitória nas urnas. Lula chegou ao Planalto com base em uma Frente Ampla que atraiu gente que nunca votou no PT, mas que temia o mal maior que representava Bolsonaro.

    Hoje, Lula enfrenta um consórcio entre centro-direitistas que se uniram a extrema direita que querem continuar mandando no Congresso Nacional, coração do poder nacional, hoje. As elites econômicas se aliaram a eles não porque os achem os legítimos representantes do que há de melhor no entanto  não querem mais pagar as contas de um governo que se esqueceu da Frente Ampla que o elegeu.

    Os não-petistas que votaram em Lula falavam em segurança jurídica, uma das pernas da Governança, do sofisticado e supermoderno padrão ESG (Enviroment, Social, Governement). Lula começou a cometer atentados a governança.

    Para completar a confusão, Lula avaliava que com seu prestígio internacional convenceria o Mundo a injetar mais recursos no Brasil para financiar seu novo PAC ou mais investimento direto. A crise dos juros que nunca reduzem nos Estados Unidos e as novas e velhas guerras, Rússia-Ucrânia e Gaza, também não ajudam, aliada a crise democrática que atinge mais ainda a Europa e os Estados Unidos.

    Lula precisa reavaliar e tomar gosto pelo dia-a-dia político. É o tal zelo pela micropolítica que, em boa dose, se projeta sobra a grande política.  Em ano de eleição municipal isso ainda tem mais valor. 

    Se avaliarmos friamente, se o problema são números no Congresso, é fundamental que Lula se volte ao projeto inicial de seu Lula 3.  Seu governo tem que ficar cada vez com menos cara de PT e mais cara de Frente Ampla.

    É difícil falar de redução de gastos em ano eleitoral, mas se o mote é esse para enfrentar a tal crise que faz dólar estourar e bolsa cair que tal unir o PT com Fernando Haddad, o MDB de Simone e o PSB de Geraldo Alckmin?

    Unindo a banca, o planejamento de custos, cara da responsabilidade, e os agentes econômicos tradicionais. A gente só ouve falar de um PT do Planalto que se mete em tudo e não resolve nada.

    Lula parece sem gosto pelo dia-a-dia e vai ter que mostrar que não é bem assim e de quebra reeditar a Frente Ampla com todo gosto.  Você já ouviu falar de quando se está em crise se deve voltar ao materno e original para recobrar forças. O materno e original deste Governo não é o velho PT.

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    e-mail: [email protected]

     

     

     

     

     


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