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- Contato Brasil, 10 de dezembro de 2024 22:15:56
(Brasília-DF) Passados quase 20 dias do início das chuvas que levaram as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, uma “bomba climática” sem precedentes, já se sabe que o impacto econômico nos municípios beira R$ 9,8 bilhões e que no agro se estima, por alto, algo em torno de R$ 2 bilhões.
Na área de habitação se fala em R$ 4,6 bilhões. Ainda não se tem dimensão no setor industrial, pois as cadeias foram atingidas de tal forma que poderá haver migrações impossíveis de ser maximizadas.
As águas começam a baixar e virão problemas de superestrutura sem precedentes. Na área de saúde se espera três fases de flagelos, inclusive de saúde mental, que vão atingir duramente o Sistema Único de Saúde (SUS) e o sistema de planos de saúde, também.
Além desse problemão, ainda tem a politização que está chegando ao Estado. Além de uma disputa entre o governador Eduardo Leite e o ministro da reconstrução, Paulo Pimenta, tem o bolsonarismo que venceu as eleições nacionais no Estado, mas não elegeu nem o governador e nem o presidente da República.
A questão no Rio Grande ganha a cada momento uma nova dimensão. O professor de relações internacionais Gilberto Maringoni, da Universidade Federal do ABC, defende um “New Deal”, algo como aquele programa de governo do presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, surgido em 1.933 para reconstruir aquele país após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1.929.
Todos sabemos que em época de grandes crises cabe ao Estado atuar não só no acudir, mas no reestruturar, repensar, junto com a sociedade.
Nesta semana que se inicia, teremos mais uma Marcha dos Prefeitos. Esses eventos se estruturaram na máxima de que a União repassava missões às municipalidades, porém não lhes dava as condições para atuar. Antes dela se dar, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios(CNM), o gaúcho Paulo Ziulkoski, comemorava a primeira vitória com a decisão do ministro Carlos Zanin, do STF, em manter por mais 60 dias a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e de mais de 5 mil municípios em 8%.
Se sabe que a Advocacia Geral da União(AGU) decidiu recorrer da decisão do ministro Dias Toffoli, do STF, que liberou o Estado do Rio de Janeiro de punições por sanções no pagamento de obrigações do plano de recuperação fiscal
O caso do Rio Grande do Sul obriga que as cidades repensem seu desenvolvimento e seus projetos de futuro, face a bomba climática que pode atingir qualquer um.
Sabemos todos que o PIB que temos não é suficiente para atender as necessidades, nossos direitos e prerrogativas, montadas pela Constituição de 1.988. Os grandes estados brasileiros que compõem o PIB nacional, como o Rio Grande do Sul, precisam a bem do Estado Brasileiro terem seus planos de reestruturação revisados.
O tal New Deal sugerido pelo professor Gilberto Maringoni, à brasileira e em pleno Século 21, envolve mais que acudir e reestruturar o Rio Grande do Sul.
Como disse Samuel Gomes, ex-presidente da Ferroeste e consultor, em recente artigo - ele um curitibano e filho de gaúchos -, interessante que o Rio Grande do Sul que nos trouxe Getúlio Vargas, que criou o Brasil Moderno e era amigo de Roosevelt, com o cataclisma que lhe atingiu nos obrigue a pensar e cuidar de um novo Brasil, que digo Pós Moderno.
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
e-mail: polí[email protected]