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  • Contato Brasil, 26 de dezembro de 2024 07:17:54
Genésio Jr.
  • 07/04/2024 10h35

    Uma eleição municipal, diferente!

    A eleição municipal que se aproxima não será mais a eleição para discutir quem cuida mais da cidade, da comunidade, da vila e do bairro

    Governante do futuro com os pés no presente!( foto: EJE/TSE)

    (Brasília-DF) Até um dia desses era comum se dizer que se há buraco na rua o problema é do prefeito, se há problema de insegurança a culpa era do governador e se a vida estava ruim a culpa era do Presidente da República.

    Tem coisas que não mudam nesse nosso Brasil de Meu Deus, mas tem coisa que se ajusta.

    Não precisa ter lido da capa a última página de “Vigilância Líquida” de Zygmunt Bauman, um dos grandes pensadores da nova modernidade, ou pós-modernidade, para saber como o mundo nos obriga a ver que essa concretude está líquida.

    A forma como os fugitivos da Penitenciária de Mossoró, Rogério Machado e Deibson Nascimento, foram presos a 1,6 mil quilómetros da cidade do RN, na distante e amazônica Marabá, são uma demonstração da força das novas tecnologias e da inteligência 4.0 se dá nos dias de hoje.

    Tem mais, ficou claro que a aparente união das polícias – estadual, federal, PRF e Força Nacional – durante 50 dias de perseguição dos fugitivos não existiu, na prática. 

    O que ficou claro para todos.  A segurança é o buraco na rua do prefeito, é o problema do governador e motivo para zanga com Presidente da República.

    A eleição municipal que se aproxima não será mais a eleição para discutir quem cuida mais da cidade, da comunidade, da vila e do bairro.

    Assuntos sólidos não se mantém em pé.  A discussão sobre o futuro das cidades passa por muito mais coisas. As pessoas não vão vier bem, tão-somente,  se a cidade estiver sem buracos e limpa.  Ela precisa estar ocupada socialmente, ela precisa ser segura, ela precisa que os agentes públicos, incluindo os agentes de segurança, ajam em sinergia, união na missão clássica de “trabalhar para servir”.

    Qualquer um que tenha assistido um filme sobre investigações policiais, mostrando as polícias norte-americanas, vê como o policial local não gosta da chegada dos “federais” e os mesmos desprezam os policiais locais.  Se lá, a terra que tem a maior população em carceragem no Mundo agem assim, porque seria diferente na maior federação democrática no Mundo depois dos Estados Unidos?

    As eleições municipais não vão mudar, obrigatoriamente, as decisões dos governos estaduais e federais. Não podemos esquecer que essas eleições municipais serão as mais importantes e sofisticadas dos últimos 10 anos, sob a ótica do financiamento públicos robusto, tanto nas eleições como face a força orçamentária do Congresso que irrigou e irriga as administrações municipais, hoje.

    Discutir a ocupação do Estado nas comunidades, em todos os níveis, seja territorial, social ou orgânico, deve ser (não quer dizer que vá ocorrer!) estimulado nessa pré-campanha e na campanha eleitoral em si.

    Não adianta deixar a cidade limpa, sem buraco, com transporte público de qualidade ou coisas parecidas, se as pessoas não tiverem emprego de qualidade, renda, saúde, educação e certeza que você e seus filhos e filhas vão retornar para casa após as tarefas escolares ou de trabalho, pra ficar por aqui!

    A discussão nas cidades deve envolver formas das autoridades ajudarem, com a “vigilância líquida", estimulando uma guarda municipal com ação para segurança de equipamentos sociais que ocupem espaços dominados pela ausência do Estado. A sinergia entre as formas de Estado não precisa ser de afinidades políticas, mas de compromisso em deixar a vida das pessoas melhor.

    Deverá ser uma eleição municipal diferente, espero!

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    e-mail: [email protected]

     


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