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- Contato Brasil, 26 de dezembro de 2024 20:11:09
(Brasília-DF) Finalmente, nesta segunda-feira, 05, o Congresso Nacional vai retornar suas atividades na segunda seção legislativa da 57ª Legislatura, difícil de soletrar e bonito de dizer! O Congresso do Brasil, com suas duas casas legislativas, foi o último a reabrir depois das férias de final de ano.
O Executivo não pode parar, claro, o Judiciário reabriu na quinta-feira, 1º, já com direito a julgamentos importantes para a sociedade, até a Câmara Legislativa do Distrito Federal, que vem ser a homóloga das assembleias legislativas no Estados, reabriu. Nada de Congresso. De quebra, o presidente da Câmara, Arhur Lira(Progressistas-AL) não vem participando de nenhum dos atos públicos do ano, desde o infindável janeiro, que já começou com um ato lembrando o 8 de Janeiro de 2023. Na verdade, Lira está sumido, mas reapareceu em Brasília, evitou atos públicos.
Ninguém é bobo em Brasília, nem porteiro na mais distante cidade satélite. Todos sabem que ele não anda nada satisfeito em seu último ano como chefe da Câmara (ele não pode mais se reeleger para o mesmo cargo na Mesa). Motivos de sobra tem. Quer voltar a mandar na articulação política e na prática na gestão política do Governo Federal, quer ser senhor do novo orçamento secreto contido nas “emendas de relator” criadas no Orçamento de 2024 que foram vetadas pelo presidente Lula, quer controlar sua sucessão e precisa atender seus diversos públicos na Casa, inclusive a oposição.
O presidente Lula começou fevereiro aparecendo como um político para todos os gostos, ao trocar cortesias em evento público, na cidade de Santos(SP), ao lado do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas. Lula já tem certo que o Brasil vai crescer mais de 2,2% em 2024, apesar de se falar em uma possível desaceleração da atividade econômica; haverá alguma arrecadação com inflação menor e a dívida pública irá retrair com a redução da Taxa Selic ao longo do ano e já se fala numa onda de securitização que o Governo Federal poderá fazer ao final do primeiro trimestre do ano.
Arthur Lira sabe isso e precisa agir rápido para voltar a ser senhor de seu destino. Todo mundo sabe que a caneta do homem vai ficando mais seca a cada momento. Entre maio e junho os congressistas vão voltar os olhos, especialmente na Câmara, para as eleições municipais, depois disso virá as eleições e Lira vai começar a perder sua capacidade de influência.
Lira precisa agir entre fevereiro e maio para conseguir o que precisa para voltar a criar dificuldades ao Governo Federal para, em seguida, conseguir avançar em seu objetivo de continuar influente, seja em que cenário for.
Ele tem muitas frentes para agir, muita coisa, para ter êxito, vai precisar do Senado, em muitas outras poderá impor derrotas ao Governo Federal. O primeiro trimestre é sempre difícil nas contas públicas e o mais racional para ele deverá ser a tentativa manter o máximo do orçamento de R$ 44,7 bilhões de emendas parlamentares, mesmo com o corte de R$ 5,6 bilhões que Lula aplicou. O orçamento de emendas do Legislativo do Brasil, segundo estudo divulgado pelo “O Globo”, neste domingo, é de longe o maior entre todos os países da OCDE, o chamado “clube dos ricos”. Em torno de até 25% de todo o investimento nacional, é muita grana.
O melhor para Lira é conseguir que as liberações cheguem ao máximo até perto das eleições e tocar a gestão política como puder com o Governo Federal. Sempre tem que se lembrar do dia de amanhã. O Governo vai ter pouca influência na escolha do próximo presidente da Câmara, Lira está senhor disso e não vai cometer os erros de seus predecessores.
Vai ser animado ver isso se dar!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
e-mail: [email protected]