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  • Contato Brasil, 27 de dezembro de 2024 13:14:37
Genésio Jr.
  • 29/10/2023 13h30

    O jogo, o risco, o charme!

    Lula, certamente, não deu a declaração de sexta-feira última por conta de um ato-falho

    Lula, está armando!

    (Brasília-DF) Nesse final de outubro foi anunciado ao Planeta que a guerra Israel-Hamas será longa e será trágica, certamente. A do centro da Europa, entre Rússia-Ucrânia, ainda está aí, lembro aos desavisados, e também deverá continuar por, espera-se, menos de 613 dias, como está hoje.

    Aqui no Brasil, o grande assunto que está fechando mês de aniversário do Presidente Lula, o homem que saiu do cárcere para presidir este grande país pela terceira vez, foi sua declaração aos jornalistas, na sexta-feira, 27, que dificilmente o Brasil vai cumprir a meta zero de déficit no orçamento de 2024. Isso não é uma surpresa, o mercado já contava com um déficit de 0,5% no ano que vem, mas ele disse mais: “A gente não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para esse país".

    A frase foi demais. Além de constranger o seu mais que esforçado ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desmobiliza a equipe econômica, incentiva a turma gastadora do tempo infeliz de Dilma Rousseff assim como permite ao Centrão arregaçar as mangas e fazer mais corpo mole para aprovar medidas que aumentam a arrecadação.

    Já começou a série de especulações que vão marcar a semana, especialmente nos plenários, a gosto da oposição.

    1. Lula, que se sabe gastador, mas que alega ter um passado de respeito a responsabilidade fiscal, decidiu ser irresponsável para atender seus gastadores?
    2. Lula com medo de Bolsonaro eleger muitos prefeitos quer eleger os seus com gasto público?
    3. Lula está com ciúme de seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um possível candidato a sua sucessão que poderá atrair, com retorno da atividade econômica e a aprovação da reforma tributária, a chamada terceira via?
    4. Lula decidiu, em sua nova busca de um governo de coalização, montar com o  Centrão uma parceria nunca vista?

    Temos todo o direito de perguntar a essa Esfínge do Egito sobre os seus segredos, antes que ela nos faça as perguntas que não poderemos responder sob pena de sermos devorados.

    Lula tem chamado mais atenção pela pauta internacional que nacional, e na maioria das vezes tem se saído bem, mesmo com postura com a Ucrânia e dificuldade, para todos, ,que tem sido este início da guerra Israel-Hamas. Nacionalmente, é inegável que ele tem dificuldades com o fortalecimento, inédito, dos grupos conservadores no Congresso.

    Lula, certamente, não deu a declaração de sexta-feira última por conta de um ato-falho. Na véspera de seu aniversário de 78 anos nos deu um presente de dúvidas políticas. Não dúvide, Lula está jogando e vai jogar mais ainda. Ele sabe que seu ministro da Fazenda não vai se demitir, como seria natural, ele sabe que o Brasil, precificado está, vai crescer neste ano perto ou um pouco mais de 3%, destaque no G-20, sabe que dificilmente o Brasil vai deixar de aprovar uma reforma tributária, meia boca que seja, mas vai. 

    Lula faz tudo calculado, não duvidem.  Ele passou muito tempo, se curando, no Alvorada analisando as jogadas que poderia fazer, os lances do xadrez que poderia adiantar.

    Arisco dizer que Lula sabe que seu maior adversário não seria um candidato do bolsonarismo, como pensam alguns. Lula sabe que poderá vir, se quiser, do Centrão o seu maior adversário em 2026. É uma turma que toma café, almoça e janta dentro de seu governo e que poderá partir para onde quiser, mais adiante.

    Lula precisa fazer essa turma ficar confortável com ele como ficou com o bolsonarismo para fazer o jogo ser jogado.  Jogo é de risco, verdade, mas Lula sabe que tem um charme especial, que a história já demonstrou.  Bem, o jogo vai ser jogado.

    Por Genésio Araújo Jr, de Brasília.

     

     


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