(Brasília-DF) Quem foi que disse que férias são de 30 dias por ano está enganado. Para alguns, surgem férias a todo momento.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez cirurgia no quadril no dia 29 de setembro e deverá voltar a despachar no Palácio do Planalto nesta penúltima semana de outubro. Com ele parando de interagir como antes, se paralisaram as especulações sobre indicações no Supremo Tribunal Federal e na Procuradoria Geral da República.

Logo em seguida, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, aproveitou a semana do feriado da Padroeira e anunciou agenda internacional. Em seguida, no dia 7 de outubro, dentro da semana do feriado, houve o ataque terrorista do Hamas contra o sul de Israel.

Na prática, pelo impacto dos acontecimentos e pelos afastamentos voluntários ou peremptórios, ficamos, efetivamente, 20 dias sem uma agenda robusta na zona de poder nacional de caráter destacado.

Nesta semana, Lula voltará a despachar no Planalto, está marcada votação do PL da tributação das empresas offshore, votação da renovação da desoneração da folha de pagamento e apresentação do relatório da Reforma Tributária, ambas, no Senado Federal.

Tudo isso se dá num momento em que a diplomacia brasileira viu que o exercício do multilateralismo, seja no caso da Ucrânia-Rússia como no caso Israel-Hamas, vive momentos muito difíceis.

Se no caso da guerra na Europa, o Brasil mesmo mantendo sua tradição do diálogo errou na dose, no caso do Oriente Médio mesmo tendo sido parcimonioso na retórica foi eficiente na ação das Nações Unidas, foi atingido na ação contraditória dos Estados Unidos. 

As férias dos poderosos no Brasil estão se encerrando nesses idos de primavera no Hemisfério Sul e outono o Hemisfério Norte.

Por incrível que possa parecer, esses próximos dias de outubro podem ser melhores do que se esperava deles após essa abrupta paralização.  

As boas notícias precisam ser criadas por todos os poderes, eles são obrigados a isso. O Executivo, Legislativo e Judiciário vão ter que justificar os bilhões que a sociedade paga por eles!

Estamos chegando no período em que começa a se afunilar os interesses para o Orçamento de 2024, que se espera próximo de um déficit zero, como programado no novo Marco Fiscal, muito ainda precisa ser feito.   O Legislativo e o Judiciário precisam cooperar para tal, a missão não é só do Executivo, como manda a lei.

As discussões e as ações precisam ser efetivas, independente da disputa entre governistas e oposicionistas. 

Talvez essa parada tenha sido melhor para o Judiciário que estava sob pressão do Legislativo, face a revelação de que a Agência Brasileira de Inteligência(ABIN), durante a gestão Bolsonaro, teria os investigado ilegalmente, claro,

Acabaram as férias poderosos, voltem ao trabalho!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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