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- Contato Brasil, 28 de dezembro de 2024 05:07:52
(Brasília-DF) Chegamos a última semana de setembro em um dos meses que o chefe de Governo e de Estado esteve menos presente em terras brasileiras. Algo inédito, arrisco dizer, para um presidente da República do Brasil em primeiro ano de mandato.
O presidente Lula dá sinais que encerrou essa “corrida” de viagens internacionais intensas, que foram exitosas, especialmente em face do bom encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e um encontro equilibrado com a estrela emergente de Volodymir Zelensky, o homem que arrecada bilhões contra a Rússia.
O presidente da República deverá escolher, nesta semana, tanto o novo, ou nova(?!), Procurador da República e mais um ministro, ou ministra (?!), do Supremo Tribunal Federal, assim como verá a assunção de um novo presidente da mesma Suprema Corte.
Neste início de primavera, no Hemisfério Sul, um tempo de passagem em que a beleza é a marca, ele terá que substituir um chefe do Ministério Público que mais “defendeu” um chefe de Estado, o homem da fidelidade questionável, que enterrou 70 pedidos de inquérito contra um presidente que “brigou” contra a República e pregou a divisão nacional.
Lula vai substituir uma ministra do Supremo que marcou seu tempo com o julgamento do marco temporal das terras indígenas e fez questão de fazer um voto histórico pela descriminalização da gravidez em 12 semanas com um forte argumento da inconstitucionalidade. Substituir uma mulher que teve a coragem, mesmo sendo mãe devota, em cunhar que a “maternidade é uma escolha, não uma obrigação coercitiva” não vai ser fácil.
Lula verá chegar ao comando da STF talvez um dos mais cultos e retóricos juristas da história da Suprema Corte, que entrou para história, também, da humanidade ao comandar a eleição municipal em plena pandemia numa das três maiores democracias do Planeta, porém que cometeu o ato falho de afirmar que “ajudou a enterrar o bolsonarismo”; tem pedido de impeachment contra ele, com claros problemas de relacionamento com boa parte do Legislativo Federal.
Lula terá uma semana e tanto ao tempo que se sabe que ele inaugurou, a partir dessa última viagem, uma nova relação com a dupla de chefes do Legislativo numa ação que o Mundo viu como união da República Brasileira em nome da sustentabilidade, palavra que funciona como sinfonia de Beethoven para os ouvidos planetários.
Lula, nesse final de setembro e início da primavera, tem argumentos de sobra para convencer os agentes econômicos nacionais, frente a divisões políticas notáveis, que a queda da arrecadação mesmo com o aumento da atividade econômica não vai comprometer a busca de todos para que a queda dos juros e o equilíbrio no câmbio resgatem a confiança tão importante que nós precisamos para que o país avance além da boa retórica.
A primavera, tempo do florescer, parece mais que apropriado para vermos se é pra valer essa união dos poderes em nome de um país. A divisão política não vai se dissipar tão cedo, até porque a insistência do partido do Presidente da República em cometer erros ,enquanto o chefe de governo acerta, não corre o menor risco de diminuir.
A Política é a maior atividade humana, porém ela está longe de ser perfeita quando lida com a empáfia dos poderosos da vez!
Por Genésio Araújo Jr.
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