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  • Contato Brasil, 28 de dezembro de 2024 05:50:51
Genésio Jr.
  • 13/08/2023 12h47

    As Forças Armadas não precisavam disso!

    Quando Jair Bolsonaro chegou ao poder em 2019 se imaginava que ele poderia ser, mesmo com sua conhecida mediocridade, uma alternativa pela ordem após o mau momento do petismo de Dilma Rousseff, que foi enfrentado pelo reformismo de Michel Temer, o breve

    Forças Amadas não precisava disso! ( Foto: Minuto rural)

    (Brasília-DF) A República surgiu no Brasil tardiamente, entre os países das Américas, por conta de um Golpe de Estado, fundada pelos militares. Os marechais oriundos da Guerra do Paraguai. Não houve rebelião quando de surgimento.

    O positivismo da “Ordem e Progresso”, mesmo na República Velha, foi sendo ajustado. Os militares sempre foram identificados com a ordem.

    Nessa sexta-feira, 11, foi lançado o Novo PAC, programa de investimentos do Governo Federal, repaginado que vai resolver obras do passado, mas segundo Lula o estado vai funcionar com um indutor. O setor privado vai representar 36% de todo o programa, mas é certo que a Defesa Nacional, as Forças Armadas, vão receber R$ 53 bilhões para investir em tecnologias estratégicas. Muito mais que recebeu nos anos Bolsonaro.

    A eleição de Bolsonaro em 2018 teve o claro apoio dos militares de alta patente como forma deles voltarem ao poder pelo voto, aproveitando que Luiz Inácio Lula da Silva estava alijado do processo eleitoral.

    Nessa sexta-feira,11, enquanto se dava o lançamento do Novo PAC que Lula disse, em discurso, inaugura, na prática seu terceiro mandato, era divulgado um documento de 105 páginas de um inquérito da Polícia Federal que caminhava em sigilo.  O documento mostra às vísceras para o que serviu, na prática, os militares terem sido aprisionados pelos vícios de Jair Bolsonaro.

    Quando Jair Bolsonaro chegou ao poder em 2019 se imaginava que ele poderia ser, mesmo com sua conhecida mediocridade, uma alternativa pela ordem após o mau momento do petismo de Dilma Rousseff, que foi enfrentado pelo reformismo de Michel Temer, o breve. Não se imaginava que Bolsonaro poderia ser o agente de um novo momento, mas que os militares marcados pelo equilíbrio e já curtidos e envelhecidos pelos erros e acertos de 1964, poderiam influenciar em algo melhor!

    O que se viu foi o contrário, Bolsonaro espalhou seus vícios aos militares, usando do corporativismo que lhe era peculiar e originário. De quebra, como já demonstrou Max Weber, Raimundo Faoro, Caio de Mário Prado, Florestan Fernandes, o patrimonialismo é algo da formação do povo brasileiro e seja de esquerda ou de direita isso se impõe em nossos costumes políticos.

    Os militares se serviram do Estado. Bolsonaro lhe deu nacos de poder e lhes calou a boca e segurou os gestos. Usando do aríete do antipetismo rompeu barreiras  assim como comprou a alma dos fundadores da República e não foi de forma catártica como demonstra Johann Wolfogan Von Goethe ou de forma bíblica com as 30 moedas dadas pelos fariseus a Judas Iscariotes, foi, infelizmente, baseada na servidão pecuniária.

    O pior dos servis é aquele que sabe que não precisa ser servil.  Lula não vem dando uma palavra sobre o que se tem visto desde sexta-feira. O documento de 105 páginas é tão bem feito e tão avassalador que deixa aqueles que tem apreço pelas Forças Armadas - pelo seu papel histórico e constitucional - envergonhados.

    Bolsonaro, mais que um equivoco de um tempo, está servindo para humilhar os pais da República de uma forma que não é bom para o país que precisamos ter, para avançar no Século 21 de desafios impressionantes.

    Já se sabia que a travessia seria muito mais árdua que só voltar a crescer e se desenvolver de uma forma que parece dificílima, com sustentabilidade. 

    O desafio nas Forças Armadas precisa ser deles, mais que nosso.

    Foi Genésio Araújo Jr, jornalista

    e-mail: polí[email protected]  

     


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