(Brasília-DF) Muita gente se pergunta desde 2018, por que o Norte e o Nordeste, mesmo sendo regiões com menor índice de desenvolvimento humano(IDH) e mais dependentes de políticas de compensação de renda vem se comportando diferentemente nas eleições presidenciais e nacionais.

Nordeste e Norte recebem muito Bolsa-Família, que se associou aos governos petistas, mas o Nordeste vota em peso em Lula e seus pareceres, enquanto o Norte não faz o mesmo. Independente dos militares terem muita presença no Norte, o que se destaca é que enquanto a seca une os nordestinos a mata, a Hiléia, como dizia Humbolt - divide os nortistas e amazônicos.

Desde o auge da crise dos anos Dilma Rousseff, quando economia caiu 7,1% em dois anos, a maior desde a Crise de 1929, os nortistas passaram a ver os governos petistas cuidando mais da mata que de gente. Bolsonaro e a grande quantidade de militares simpáticos divulgaram a tese de que se deveria ir para cima da mata para conseguir viver melhor.  A coisa pegou. Durante o governo Bolsonaro foi alardeado que seria possível, em breve, desmatar sem risco e minerar sem problemas.

Agora que o Brasil voltou a ser agente global com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se arvora de ser o grande líder da pauta ambiental que o mundo adora e respeita, vem a necessidade do novo governo falar para o povo daquela região que é possível ter a felicidade sem desmatar e sem minerar onde não deveria.

Lula é lembrado, especialmente face aos últimos dias, como um velho sortudo. O velho fica por conta de suas ideias do passado, insistir no que deu certo esquecendo que o Mundo é outro e sortudo pois a economia começa a sorrir mesmo que ele não faça grandes coisas para tal.

Se critica Lula pois não teria ninguém próximo para dizer para ele que não está certo em tudo que faz. Um ou outro que poderia fazê-lo fez a opção de naãoficar no seu entorno como deveria. A história dirá.

Eis que neste final de semana, com o anúncio da COP 30(encontro do clima das Nações Unidas que vai se dar em Belém, em 2025) num grande evento em Belém ficou claro como tem gente nova lhe dando condições de ser moderno em seu discurso.

O jovem governador do Pará, Hélder Barbalho, do clã político dos Barbalho, é tido e havido como um executivo público de sucesso, gestor e político hábil. Ele já esteve no Palácio de Buckingham, com Charles III, tem cara de pós-moderno, a cara do mundo ESG( Environmental, Social, Corporate Governance ).

Lula, o velho, já tem o passaporte para o novo para lidar com o Norte e a Amazônia. É inegável que depois de uma década de atraso o “Mundo Rico” vai começar a pagar a conta se quer o que quer na Amazônia. O povo da região tem tudo para ganhar com a floresta em pé, mas e o resto?!

Isso mesmo, o Lula velho e sortudo já tem a solução bem encaminhada no Norte e como vai ser no Sul e no Centro-Oeste. Esta é uma das regiões menos populosas do país. O Mato Grosso e Mato Grosso tem relevância para o agronegócio, mas a população é mínima, No Sul, o problema é maior.

Aquela região não quer um governo social democrata clássico que cuida de quem precisa e regula a economia. Eles não escondem que desejam um Estado que não atrapalhe.

Lula precisa arrumar um Hélder Barbalho no Sul que lhe dê passagem. Lula é um sortudo, mas a não ser que as brumas do ciclone intertropical estejam nos escondendo algo, lá, o caminho vai ser mais difícil!

Por Genésio Araújo Jr. Jornalista

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