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  • Contato Brasil, 29 de abril de 2024 06:29:01
Genésio Jr.
  • 30/04/2023 12h45

    Que enrascada nos metemos!

    O que vem dando errado com o sonho da carteira azul?

    Estamos numa enrascada?! ( foto: Blog)

    (Brasília-DF) Neste 1º de maio de 2023 se completam 80 anos da Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT que criou a carteira de trabalho, o documento de capa azul criado pelo Governo Getúlio Vargas naquele 1º de maio de 1943.

    Para quem viveu outros tempos, era uma regra de dignidade cidadã ter este documento. Desde 2015, na crise da recessão do Governo Dilma, 40% da força de trabalho do Brasil está na informalidade.  Não se altera.

    O Governo Bolsonaro comemorava a cada mês o Novo Caged do Ministério do Trabalho mostrar saldo positivo de carteiras assinada frente a desligamento. O Governo Lula 3 também faz o mesmo. Anunciou um salário mínimo com ganho real, anunciou isenção de imposto de renda para quem ganha R$ 2.640,00. 

    Apesar dos agrados, a maioria dos brasileiros não imagina ter uma carteira CLT assinada como o seu maior sonho.  O que vem dando errado com o sonho da carteira azul?

    Faz tempo que o sistema de cadeias globais de produção vem afetando o trabalho. Era comum imaginarmos que a combinação capital, trabalho e recursos( em que cabem da terra ao petróleo) era a fórmula para ter a riqueza ou a pobreza.

    O século 21 tem nos mostrado que o poder do trabalho formal, protegido com a  sindicalização, já não é o mesmo. O fim do chamado chão de fábrica com a robotização é pinto frente aos problemas que enfrentamos. A pandemia com o trabalho remoto e os aplicativos nos deixaram ainda mais sem chão para lidar com o trabalho no formato que tínhamos.

    O Lula 3 é saudoso com o sindicalismo que não existe mais. O grande fator para a riqueza no planeta já não é mais aquele triunvirato(capital+trabalho+recursos), agora é o conhecimento.

    O Lula 3 entra no seu primeiro Dia do Trabalho mais perdido que cego em tiroteio, apesar de tentar reapresentar pautas do passado, que foram destruídas pelo bolsonarismo, que anima de alguma forma, mas não é grande coisa. Para quem estava sem nada é alguma coisa.

    O sindicalismo do Terceiro Milênio não é combater os aplicativos, não é combater o empreendedorismo, não é se aliar contra a Inteligência Artificial pura e simplesmente.  O trabalho formal não é um sonho impossível. É uma das mais ousadas construções humanas de nosso tempo.

    O sindicalismo precisa ser remunerado por algum tipo de contribuição, mas deve obrigar os sindicatos a lutarem para justificar suas existências que vão além de garantir emprego em renda.

    Vivemos um momento marcante onde as constatações são evidentes e as soluções não tão claras assim.

    O pedido de grandes e importantes agentes econômicos e sociais para que o planeta desse um tempo na pesquisa, mas não na discussão, sobre Inteligência Artificial foi algo impressionante. É como se o conhecimento passasse a ser maior que o próprio futuro do povo que o criou. 

    A discussão sobre limitar e dar limites as big techs com a Lei das Fake News, por incrível que parece, tem relação direta com o futuro do trabalho não só no Brasil como no mundo. Quem poderia imaginar que um dia o conhecimento nos colocaria nessa enrascada, heim?!

    Por Genésio Araújo Jr.

    E-mail: [email protected]

     


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