(Brasília-DF) Não dá para fugir das datas e dos marcos. Essa dos tais “100 Dias” foi inventada pelos norte-americanos, se alastrou nos chamados países democráticos.

Dizer que o Governo Lula 3 fez muita coisa ou que não fez nada nesses chamados “100 dias” só é justificado pela natural guerra política. Sempre vai ter quem defenda, sempre vai ter quem fale mal.

De cara, é evidente que houve uma mudança na questão da preocupação com o meio ambiente, reinserção internacional, reposicionamento com as Forças Armadas e preocupação com o social, aí incluindo a questão indígena com os ianomamis. Na área econômica, existem claros indicativos de que o déficit fiscal contratado de R$ 230 bi será reduzido para menos de R$ 100 bi e o acordo com os estados sobre as garfadas no ICMS são algo a destacar.

Se se chegar a cada um dos titulares de ministério, eles vão ter o que dizer!

Por outro lado, o relançamento dos programas vistos no Lula 1 e Lula 2 dão a impressão  de que nada existe de novo e se quer vender o velho como novos tempos.  A reedição de um ‘nós contra eles’, com o argumento da herança maldita de Bolsonaro é algo que durou pouco, já não tem mais graça.  O governo lançou MP’s logo no início do Governo, como manda a praxe, que nem começaram a ser discutidas, o governo claramente parece ter medo de enfrentar o Congresso e o PT, não tem jeito, se esquece que não foi ele que ganhou a eleição, mas Bolsonaro que perdeu, pois uma frente ampla com muita gente de centro disse que aquilo não poderia continuar.

Não adianta o PT dizer que se não fosse o conjunto de artimanhas, abusos e patranhas de Bolsonaro Lula teria ganho de lavada. Não ganhou, ora bolas! O PT e Lula voltaram ao patamar, segundo Datafolha, a antes do antes, 30% e o bolsonarismo em torno de 22%, como se especulava sobre o tamanho da extrema direita no Brasil.

Lula começa esta semana pós-Páscoa com uma importante viagem ao oriente, com claro destaque para China que sabe que vai precisar muito do Brasil nessa nova fase. Ele tem tudo para vir com muita coisa de lá, coisa que não conseguiu na ida aos Estados Unidos, que também vai mudar sua rota. O Congresso dos Estados Unidos, os republicanos inclusos, vai ter que se dobrar para maiores cuidados com o Brasil.

Nesta semana, Lula começa tendo que dar explicações em três assuntos espinhosos. A sanção com vetos e os decretos que deram vida a estatais no ‘Marco do Saneamento’, a declaração de que a Ucrânia poderia renunciar a territórios na disputa com a Rússia e quando virá, mesmo, o texto do “Novo Arcabouço Fiscal”.

Para quem defende tanto a democracia como fazer tantos gestos para a Rússia? Como é que se lança um novo marco fiscal e não se apresenta o texto, assim como carregará o ministro Fernando Haddad na visita à China? Como premiar a incompetência ao dar novo fôlego as empresas de saneamento dos Estados em detrimento de fazer o setor privado ter mais segurança para investir numa área em que os políticos sempre defenderam, mas, na prática, nunca gostaram de investir face a desconfiança das pessoas com malfeitos em obras enterradas?

Lula disse que na chegada aos “100 dias” iria dar especial atenção a Classe Média, tão arredia e desconfiada com o Lula 3.

O que virá, Meu Deus!?  É uma grande tolice dizer que nada foi entregue, da mesma forma afirmar que o que foi feito tenha sido satisfatório. A insatisfação é a regra quando se trata de ações públicas no Mundo inteiro.

Se vira Lula!

Por Genésio Araújo Jr, de Brasília.

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