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- Contato Brasil, 01 de maio de 2024 18:47:20
(Brasília-DF) Aconteceu na semana passada, mas o estrondo não para de ser ouvido.
A decisão das redes sociais de suspenderem, inicialmente, o Twitter, do presidente Donald Trump por conta do incentivo aos atos de apoiadores no Capitólio no último dia 6 de janeiro, foi algo muito sério. Mais relevante ainda foi a decisão de todas as principais redes sociais – Twitter, Facebook e Instagram – de cancelarem definitivamente as contas de Trump, e de alguns de seus assessores mais próximos, foi algo mais estrondoso.
Há informações que os empresários que controlam as redes não tomaram essas decisões ,simplesmente, porque entenderam que o ainda chefe de Estado passou a ser um risco para o país. Há informações de que essas posições “vieram de cima”. Mas de cima? E como é isso?!
Também no final de semana, o Twitter tomou a iniciativa de suprimir mensagens do líder supremo do Ira, Ali Khamenei, que duvidava de vacinas contra o covid-19 dos ingleses e norte-americanos.
Também no final de semana, a rede social Parler, que tem sido usada por apoiadores do trumpismo – foi retirada das plataformas da Apple, Amazon e Google. O comando da Parler acusou o golpe e disse que poderá tirar a rede da internet para fazer ajustes. Todos argumentam ações que vão contra as novas rotinas das redes sociais, incentivo a violência e desinformação.
As redes sociais não são veículos de comunicação, porém meras plataformas onde as pessoas colocam suas posições, divulgam ideias e negócios. Essas redes são mantidas por empresas privadas e, em tese, não podem ser acusadas de fazer censura. Censura existem em veículos de comunicação. Os apoiadores e movimentos conservadores passaram o final de semana reclamando de cerceamento e que era uma ação antidemocrática.
Voltando a essa tal decisão que “veio de cima” as pergunta vêm, imediatamente: mas quem é esse de cima?! Mais que isso: outros chefes de Estados poderão enfrentar medidas como essa a partir de que tomadas de posição?
As redes sociais estão enfrentando processos em todos os estados dos Estados Unidos. Ainda em dezembro, a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e 48 autoridades estaduais anunciaram que entraram com dois processos contra o Facebook por monopólio ilegal. Na Europa, as redes sociais também enfrentam processos e demandas. A Comissão Europeia, desde o episódio do Brexit, exigiu que Google, Facebook e Twitter montassem um código de conduta autorregulatória para combater a desinformação. No meio do segundo semestre de 2020. ela pediu mais ação por conta das fake news sobre vacinação contra o covid-19.
No caso de Donald Trump, fica a dúvida se o “vem de cima” seria uma ação do setor com receio do que virá do novo governo democrata de Joe Biden ou se seria o alto comando das Forças Armadas dos Estados Unidos. As Forças Armadas dos Estados Unidos e seus ex-secretários de Estado reprimiram ou condenação ações do ainda ocupante da Casa Branca, já faz algum tempo.
Esse avalanche de dúvidas se projeta sobre a nossa realidade brasileira. Negar isso seria um despropósito. O nosso presidente Jair Bolsonaro, e seu grupo mais próximo, continua apoiando Trump, mesmo com uma série de líderes conservadores mundiais tendo condenado, veementemente, Trump e o trumpismo. Pior, Bolsonaro chegou a usar o voto impresso como argumento para afirmar que poderia acontecer no Brasil algo pior que a invasão do Capitólio!
A pandemia vai acabar com a vacinação, certamente, para felicidade geral, mas outros avalanches virão! Infelizmente!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
Email: [email protected]