• Cadastre-se
  • Equipe
  • Contato Brasil, 26 de abril de 2024 23:26:06
Genésio Jr.
  • 03/05/2020 17h25

    Amanhã, ele diz que não foi nada disso!

    O Presidente Bolsonaro disse que ninguém iria passar por cima da Constituição

    Bolsonaro com deputados bolsonaristas no Planalto( Foto: Twitter)

    (Brasília-DF) Vamos começar a enfrentar o antigo mês das noivas, mês das mães. Agora, tende a ser o mês da agonia, neste ano de 2020. Pela tendência dos números de casos e mortes pelo novo coronavirus( covid-19) corremos o risco de terminar o mês com mais de 15 mil mortos e  com várias de nossa grandes cidades, especialmente onde existem mais casos,  vivendo o indesejado “lockdown”.

    Se não bastasse tal situação, cada vez mais factível, torcemos todos que não se efetive - vimos nesse final de semana o longo depoimento do ex-juiz Sérgio Moro, na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, no Paraná, assim como a manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios, em Basilia, com muita gente, trio elétrico, num claro movimento de desagravo ao que vem do mundo jurídico, especialmente com o efeito Moro.

    O Presidente Bolsonaro disse que ninguém iria passar por cima da Constituição, que tinha apoio do povo e das Forças Armadas e finalizou, já dentro do Palácio do Planalto, depois de ter ido ao encontro dos manifestantes à porta do palácio – afirmando que “chegamos ao limite não tem mais conversa”, disse.

    Enquanto Bolsonaro afirmava isso, jornalistas profissionais, repórteres fotográficos como Dida Sampaio, do Estadão, e Orlando Brito, da agência Brito News, um dos mais importantes repórteres fotográficos vivos do país, foram agredidos por apoiadores ao presidente Jair Bolsonaro. Tudo isso se deu no dia 3 de maio, dia internacional da liberdade de imprensa.

    O Presidente Jair Bolsonaro reclama que parte da mídia sempre vê o lado negativo de suas ações.

    Nosso Presidente tem todo o direito de convocar seus apoiadores a lhe darem apoio, é legítimo e democrático, no entanto é inaceitável que ele o faça num momento de pandemia do covid-19, que ele sugira que os apoios que ele tem sejam suficientes para fazer o que bem quiser e que não vai tolerar que lhe imponham óbices em suas ações.

    Revela-se a olhos vistos, uma ação de força que se apresenta.

    O Presidente Jair Bolsonaro é presidente de um país com mais de 200 milhões de habitantes e foi eleito por 57 milhões de eleitores. Enfrentamos uma crise econômica sem precedentes, sazonal é verdade, uma crise sanitária e um inequívoca crise política. Parece óbvio imaginar que precisaríamos de um chefe de governo e Estado que se dedicasse a fazer caminhos no sentido de minorar ou até eliminar muitos dos motivos que geram tamanha situação.

    Os mais experientes já não escondem que temem que o Presidente Bolsonaro não tenha a menor intenção de trilhar tal caminho.  Em momentos como esse, a sabedoria recomenda refletir com informações de sobra e açodamento de menos.

    O Presidente Jair Bolsonaro não precisa ser um contador de votos para saber que ele não tem o mesmo apoio quando das eleições de 2018, basta ver quantos apoiadores originários  perdeu desde quando sentou na cadeira. O núcleo conservador, que desejava que os petistas não retomassem o pode,  já não está fechado com o Presidente.

    O mês de maio, infelizmente, promete ser um agosto em nossas vidas.  O Presidente Jair Bolsonaro disse que não vai mais admitir  mais conversa.

    O que isso significa?  Literalmente, não parece ter cabimento, pois a política é uma eterna conversa. Se formos para o âmbito das muitas avaliações ai fica mais complexo, ainda! O Presidente é famoso pelo morde e assopra, para medir o ambiente que ele adora, em eterno conflito. Não duvidem que ele engrene a semana dizendo que não tem nada disso, muito pelo contrário.   Resta saber até quanto se vai lidar com isso!

    Foi Genésio Araújo Jr, jornalista

    e-mail: [email protected]


Vídeos
publicidade