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  • Contato Brasil, 26 de abril de 2024 22:49:01
Genésio Jr.
  • 12/04/2020 16h14

    Uma semana daquelas, mas tem um conto!

    Nesse nosso tempo, fiquei a refletir - essa é a força literária dos contos - sobre quem são os ratos?

    Foto;: conto de fadas

    ( Brasília-DF) A semana começa cheia de pretensões. No Congresso, teremos dias intensos. A Câmara Federal tem que resolver o pacote de compensações aos estados e municípios por conta do impacto da crise econômica da pandemia. Uma proposta que surgiu em substituição ao Plano Mansueto, que foi proposto pelo próprio governo antes da crise de agora.

    No Senado, está em pauta, por acordo com os líderes, para o “Orçamento de Guerra”, que busca separar o orçamento da crise com o orçamento geral do poder público. 

    Nos estados, vão começar a valer algumas medidas de relaxamento das medidas de restrição social, isolamento não compulsório, que tinha sido mantidas pela maioria dos Estados. Santa Catarina, Distrito Federal, Minas Gerais e até Rio de Janeiro. Os dois primeiros já é para valer, com o comércio, hotéis e pousadas assim como lojas de eletrodomésticos. Nada foi mexido com escolas e quase todo o resto. Em Minas e Rio de Janeiro pode haver liberalização para atividades gerais em municípios.

    Em São Paulo, onde estão o grosso os casos e as mortes por conta da pandemia se poderá adotar medidas mais duras, com isolamento não compulsório mas restritivo a ponto de exigir que as forças de segurança façam fiscalização e imposição aos mais relaxados.

    A Justiça certamente vai entrar nesse jogo. A Advogacia Geral da União já anunciou que pode ir aos tribunais sobre essas medidas mais restritivas.   As embaixadas de importantes países começam a recomendar a seus cidadãos que deixem o nosso Brasil, sinalizando que  as dúvidas e divisão nas ações do poder público são más conselheiras para eles, em meio a pandemia.

    É nítido que as atitudes de nosso presidente da República, Jair Bolsonaro, comparado com a sonoríssima maioria dos chefes de Estado - não só do G20, mas de tantos outros que não dá para contar na mesma mão – impressionam. Pelo jeito, se as pesquisas estão certas, ele já não tem a maioria que o elegeu em outubro de 2018.

    Por conta disso, não sei porque, talvez pois goste demais de histórias, me lembrei do “Flautista de Hamelim”

    Sim a obra que ficou famosa com os Irmãos Grimm. Se sua mãe nunca contou a versão mais leve que é vista como historinha para dormir ou o conto real dos tais irmãos vou lembrar para você.

    Hamelin se trata de uma cidade na antiga Alemanha com gente rica e opulenta que começou a viver uma praga de rato que tudo comia a tudo mal fazia. Um homem disse que poderia dar jeito nisso. Disse que o faria por moedas por cada rato. Os comerciantes e líderes locais, desesperados e sem encontrar outra solução, aceitam pagar a conta. 

    O tal homem, alto e esguio, tocou uma flauta e levou todos os ratos que o seguiram. Ele os levou a um rio e lá eles desapareceram. Ele voltou para cobrar seu pagamento e chefes de Hamelin decidiram que não iriam pagar aquela fortuna paa ele.

    Irritado, o homem voltou a cidade e tocou novamente sua flauta e todas as crianças, a exceção de um manco, um cego e um surdo – o seguiram e sumiram da cidade. Nunca mais foram vistas. Eis a vingança. Desde então nunca mais se viu ratos nem crianças naquela cidade. Os cidadãos arrasados ficaram sem as crianças, só com suas riquezas.

    Nesse nosso tempo, fiquei a refletir - essa é a força literária dos contos - sobre quem são os ratos?  Quem são os cidadãos?  Quem são as crianças, todas eles as que ouvem, as que mancam, as cegas, as surdas?  Especialmente os flautistas, que na história é um só, mas aqui para nós, podem se vários. E nós nisso?  Seremos os ratos ou as crianças?

    Esses Irmãos Grimm!!

    Foi Genésio Araújo Jr, jornalista

    Email: [email protected]   

     

     


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