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Misto Brasília - Por Gilmar Correa
  • 10/05/2019 17h09

    As cartas em meio à confusão

    Governo Bolsonaro tem colhido derrotas a partir de uma aliança entre a oposição e o centrão

    Sérgio Moro é o alvo do centrão e da bancada do PT no Congresso/Valter Campanato/Agência Brasil

    Maio não começou bem para o governo Bolsonaro que tem colhido derrotas no Congresso. Fora do parlamento e dentro das redes sociais, se envolveu em discussões infindáveis por conta de uma ideologia que provocou sérios problemas com os militares, cujo principal personagem desse mimimi é o guru do presidente Olavo de Carvalho.

    01 - Dos Estados Unidos, o astrólogo - segundo o vice-presidente Hamilton Mourão -, tem se ocupado em disparar twitteres contra os milicos e os demais adversários. A rede social se transformou num campo minado de opiniões rasteiras.

    02 - Na área da educação, o ministro Abraham Weintraub usa retórica para explicar o corte de recursos das universidades. No outro lado da trincheira, a oposição e movimentos chamados de esquerda preparam uma greve para a próxima semana. Provavelmente dará um termômetro de como anda as ruas pós-eleições de outubro passado.

    03 - No Congresso, o governo não consegue se organizar. O centrão tem dado as cartas. Com a ajuda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mostra os dentes. Bolsonaro, embora tenha ficado 28 anos na Câmara dos Deputados, é um neófito em articulação. Nunca participou de nada relevante quando parlamentar e agora essa falta de prática cobra a fatura.

    04 - O governo desarticulado faz a primeira vitima no primeiro escalão. Estrela entre os ministros, o ex-juiz Sérgio Moro é barrado no seu principal projeto: o de combate à corrupção e à criminalidade. O Coaf é simbólico neste jogo que emoldura uma aliança entre o PT e o centrão e que vai, provavelmente, também sepultar o pacote anticrime no Congresso.

    05 - O governo Bolsonaro caminha para a sua maior derrota nestes primeiros meses caso não seja aprovado até o início de junho a Medida Provisória da reforma administrativa. Se não for aprovada a atual configuração de ministérios e de órgãos públicos, volta tudo como no governo de Michel Temer. A equipe palaciana vai ter que agir rápido e com inteligência, embora exigir estas qualidades é demais neste momento conturbado onde até o PSL, o partido turbinado por Bolsonaro, se mostra incompetente.

    06 - O Palácio do Planalto tem outro problema pela frente, que é o decreto que flexibiliza “no limite da lei” – como disse o presidente – a posse e a comercialização de armas. Nem a bancada evangélica é favor do decreto que pode ser derrubado por vícios legais e constitucionais.

    07 - A falta de um projeto definido para o governo tem provocado estes revezes que, parece, não vai ter fim num futuro próximo. A previsão é de muitas emoções nos próximos meses. Fala-se até numa articulação de um impeachment. Quem falou nisso foi o próprio filho de Bolsonaro, o Carlos, a iminência por trás das redes sociais do presidente. Acusou diretamente Hamilton Mourão.

    08 - Nesta altura do campeonato seria prudente falar menos e trabalhar mais. A economia, por exemplo, está em frangalhos e esta situação deve se prolongar por um longo tempo. É o que dizem os especialistas.


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