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- Contato Brasil, 23 de novembro de 2024 05:02:09
Os nove candidatos ao governo do Distrito Federal, que participaram do debate de duas horas e meia nesta quarta-feira (26), aparentaram cansaço. Com mãos no rosto, largados nas cadeiras e sem muita disposição eram o exemplo de que a campanha eleitoral cobra seu preço.
A corrida para o Palácio do Buriti mostra a fatura a 11 dias do primeiro turno. A disputa tinha tudo para ser uma largada de 100 metros rasos, mas se apresenta como uma maratona que, aparentemente, não tem favoritos no grupo dos cinco primeiros colocados nas pesquisas eleitorais: Ibaneis Rocha (MDB), Eliana Pedrosa (Pros), Rodrigo Rollemberg (PSB), Alberto Fraga (PDEM) e Rogério Rosso (PSD).
O último dessa lista afirmou por duas vezes no debate do Jornal de Brasília e do Conselho Federal de Administração, que não acredita nas pesquisas. É ver e conferir os votos no final da tarde de domingo, dia 7.
O cansaço do corpo a corpo parece ter afetado a disposição do embate. No quarto bloco, quando os candidatos puderam fazer perguntas entre si, a melhor performance coube ao candidato do Novo, Alexandre Guerra. Ele confrontou a candidata Eliana Pedrosa que teve os bens bloqueados pela justiça do Rio de Janeiro.
Brincadeira e coisa séria - Eliana reclamou que o questionamento era uma “campanha do baixo nível” e, como sendo o candidato mais jovem, Alexandre deveria ter uma “atuação propositiva”. Alexandre voltou à carga. Disse que a corrupção tem que entrar no debate e garantiu que o eleitor está sendo enganado.
Alexandre promoveu outra pergunta constrangedora a Rogério Rosso, ao lembrar que Eliana Pedrosa disse que ele e Alberto Fraga teriam espaço no governo dela. “Parece que tem um acordão”, disparou. “O que a gente vê aqui é um caminho da velha política, as mesmas mentiras”. Rosso não passou recibo e disse que não era conselho, mas uma opinião para que o candidato do Novo não deveria “se preocupar em atacar as pessoas”.
O governador Rodrigo Rollemberg novamente foi o alvo principal dos adversários. Fátima Souza (PSol) insistiu que “ele não aprendeu comigo”, referindo-se às suas sugestões e seus “dois artigos” sobre saúde pública. Ou quando Fraga disse que “tem que demitir esse gerúndio”. Referia-se ao “tou fazendo, tou fazendo”, de Rollemberg que, a despeito das críticas, se saiu bem ao apresentar resultados de sua administração.
Rollemberg foi questionado por Ibaneis sobre a criação do Instituto de Previdência. Para ele foi uma “manobra que vai trazer prejuízos” aos servidores e ao governo. A criação do Instituto Hospital de Base também foi criticada, mas o governador lembrou que nas duas propostas obteve maioria na votação dos projetos na Câmara Legislativa do DF. Aproveitou uma pergunta do editor-executivo do JBr, Eduardo Brito, para lembrar que nos últimos dois anos propostas foram aprovadas na CLDF “inclusive com votos da oposição”.
O petista Júlio Miragaya corrigiu por duas vezes os números do desemprego apresentados por Ibaneis Rocha. “Não crie mais desempregados, mais do que existe”. Nas contas de Ibaneis seriam “mais de 400 mil”. Miragaya garantiu que são 300 mil, incluindo aqueles trabalhadores desalentados, os que já se cansaram de procurar emprego. Ibaneis não gostou e atacou: “Vocês com esse socialismo bobo, que só tem falácia. É isso que estão buscando e não estão conseguindo”.
De uma maneira geral os candidatos fizeram propostas muito além da competência de um governador do DF. O general Paulo Chagas (PRB), por exemplo, disse que o SUS deveria melhorar o atendimento “aos drogados”. Como se sabe, o Sistema Único de Saúde é uma política centralizada no governo federal. Fraga disse que vai retirar "as pessoas da rua", referindo-se aos dependentes químicos.
Eliana Pedrosa literalmente “viajou” numa pergunta de um jornalista do Jornal de Brasília sobre transporte público. Não respondeu a respeito de uma solução. Preferiu falar sobre manutenção de monumentos e equipamentos que “estão caindo”.
Rosso sugeriu “recuperar 90% das escolas sucateadas” com as PPPs, Programa Público Privado - quando se convoca a iniciativa privada para trabalhar quando o governo não consegue. Alexandre Guerra também sugeriu essa saída para os parques públicos. Ou seja, colocar nas mãos da iniciativa privada.
Ibaneis pode até não ter feito uma piada, mas disse que “quem pedala aqui dessa gente sou eu e o Rosso”. O candidato do MDB garantiu que anda de bicicleta 60 quilômetros todo final de semana e “sabe dos problemas” da falta de interligação das ciclovias. Era o comentário a uma resposta de Eliana a uma pergunta de um popular. Eliana, por sua vez, disparou nas promessas. “Vamos construir uma malha cicloviária em todas as cidades”.
Ibaneis também fez ironias com a proposta de Eliana sobre a construção de dois estádios. Ela respondeu que vai mudar de nome porque virou um palavrão. Para ela, um campo de futebol com dois mil lugares e “um banheiro” não deveria resultar em críticas.