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Misto Brasília - Por Gilmar Correa
  • 15/08/2018 14h31

    O voto de segunda categoria ao parlamento

    Políticos criaram suas capitanias hereditárias que afastam o eleitor e incentiva a abstenção

    O Congresso tem papel fundamental nas transformações exigidas pelo brasileiro/Arquivo/Agência Senado

    A partir desta quarta-feira, quando todas as candidaturas forem registradas na justiça eleitoral, será possível conferir milhares de nomes que buscam um lugar ao Sol na política brasileira. O eleitor precisa reservar tempo e paciência para checar os candidatos que pretendem se eleger deputado estadual, distrital e federal, a senador da República, a governador e a presidente da República.

    Poder Legislativo ganha especial importância diante do quadro que se apresenta para o próximo ano, numa sequência de dificuldades que surgiram nos últimos cinco anos. Muita gente está mirando somente os cargos majoritários. É um erro.

    Independente do voto nulo, a abstenção ou o branco, a Câmara, o Senado, as assembleias legislativas e a Câmara Distrital vão completar seus quadros para a próxima legislatura.

    Há uma opinião recorrente de que os políticos não estão interessados em diminuir a previsível abstenção. O foco, segundo essas mesmas avaliações, é garantir o voto já conhecido do seu curral eleitoral, com a estratégia de aplicar esforço e recursos no conhecido, no previsível. Disputar e incentivar os novos votos seria um problema a ser desafiado para quem está entrando agora no processo eleitoral.

    A renovação no Parlamento é um mito, pois no Brasil a política se transformou num negócio de família. O Brasil partidário é uma capitania hereditária, coisa de pai para filho, de mulher para marido, de marido para mulher, um cruzamento de interesses familiares que impede a renovação necessária nos partidos e na forma de fazer a política.

    A observação mais atenta ao quadro demonstra que o eleitor criou aversão a essa capitania hereditária, e certamente este é um motivo para a baixa motivação nas eleições. Focados na sobrevivência, os políticos tradicionais criaram suas próprias defesas e, dificilmente, será modificada em outubro.

    Assim, a eleição proporcional deveria ser mais importante que a majoritária, mas não é o que deve ocorrer.


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