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- Contato Brasil, 04 de dezembro de 2024 16:07:25
Renato Candemil, o advogado que virou escritor com o livro “Uma jornada em busca da verdade espiritual”, lamenta o baixo nível no Facebook. Diz que está cansado de mentiras e baixarias. Não é o primeiro e nem será o último.
Acho que já tem especialista dissertando seu mestrado ou doutorado em torno dessa virulência nas redes sociais. Convenhamos: não é um fenômeno brasileiro ou latino-americano. Franceses, alemães, canadenses experimentam o ódio pela Internet. Não acho que seja um caso de nossos tempos, imagino que é do ser humano mesmo se expressar, em 99% das vezes, pelo lado negativo.
As redes sociais é que deram essa oportunidade para que, individualmente, as pessoas pudessem se expressar para o mundo como se fossem usar o papel higiênico no banheiro. Só que o uso do banheiro é cada vez mais coletivo – se é que me entendem.
E não é um problema de falta de educação formal. No caso brasileiro - para sermos mais próximos - desembargadores, juízes, delegados, deputados, jornalistas e professores, para citar alguns profissionais, se esbaldam na ignorância.
Esta “impaciência” virou doença e quem pensa diferente é fuzilado com o baixo nível. Seja por aquele que diz ser de direita, ou aquele que se coloca ideologicamente à esquerda.
Não queria mencionar, mas vai um exemplo: na última semana, quando houve uma sessão solene um dia após ao assassinato da vereadora Marielle, muita gente foi impaciente com o deputado Miro Teixeira, da Rede Solidariedade, no plenário da Câmara dos Deputados.
Quando fazia seu discurso de forma equilibrada, por diversas vezes a plateia tentou puxar uma vaia. Ainda brinquei com os colegas: “Será que ninguém pode falar uma vírgula diferente?”
Hoje, não se tem mais respeito pela idade, por exemplo. Miro Teixeira tem 11 mandatos parlamentares. Onze!!! Deve ter, acredito, algum crédito junto ao seu eleitorado. Tem 73 anos e se formou na tradicional Faculdade Cândido Mendes. Tirando boa parte de seu currículo, bastaria seus cabelos brancos para impor alguma educação.
Não foi o que vi também num vídeo que circulou pela internet aqui em Brasília. E olha, não era mentira, o chamado fake News. Uma moça linda dos seus 25/26 anos bradava no ônibus coletivo que, se quisesse, não teria dado assento a uma senhora que poderia ser sua bisavó. E que não existia lei que a obrigasse a isso.
Bem, lei existe. Todavia, para muitos casos a lei é dispensável. Bastaria um pouco de respeito com o espaço alheio e com as marcas do tempo no rosto.
Há pouca ou nenhuma consideração pela história do outro. Ninguém precisa saber se o cara ou a mulher tem dinheiro, posses ou um canudo de doutorado no bolso. Creio que ai reside parte do cerne dessa porteira aberta onde todo mundo grita e ninguém tem razão.
Quem sabe se nesta semana eu também consiga exercer minha paciência. Quem sabe, um pouco dos ensinamentos de Mahatma Ghandi façam também um bem para todos - até para os radicais da esquerda, da direita e para quem fala em nome de Deus. Renato Candemil iria gostar.
Três frases de Ghandi para uma reflexão neste início de semana.
“O mundo está farto de ódio”.
“Olho por olho, e o mundo acabará cego”.
“As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?”