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Misto Brasília - Por Gilmar Correa
  • 27/02/2018 17h30

    Os generais no Twitter e na política

    Ambiente político apresenta um novo ingrediente, onde as Forças Armadas estão cada vez mais ativas

    Solenidade de promoção de generais realizada no ano passado no Palácio do Planalto/Arquivo/PR

    O presidente Michel Temer tem ampliado os espaços dos militares, especialmente do Exército, na máquina pública federal. A última foi a nomeação, esta semana, de um general para o Ministério da Defesa, criado em 1999 para ser ocupado por um civil. O comando da intervenção na segurança no Rio é composto somente por militares.

    Hoje, há 273 oficiais-generais nas Forças Armadas - 151 dos quais no Exército. São 15 generais-de-exército (os chamados quatro estrelas), 45 generais-de-divisão e 91 generais-de-brigada. Ao longo da História do Brasil, os militares das Forças Armadas tiveram sempre um papel de vanguarda na política. 

    E não é diferente nesta que foi batizada como a “pior crise” desde a criação da República, em 1889, potencializado com os casos de corrupção expostos pela Operação Lava Jato nos últimos quatro anos.

    A corrupção se transformou num câncer e a metástase amplificou o discurso de um governo militar. Muitos já falaram em golpe, até mesmo generais da ativa. Foi o caso do general Hamilton Martins Mourão, que passou recentemente para a reserva.

    O ambiente não está para golpe, mas os militares aproveitam a oportunidade para influenciar na vida política brasileira. Assim como os pastores, que catequisam suas “ovelhas” para garantir o voto na disputa partidária em suas igrejas, os militares aproveitam a caserna para lubrificar o discurso. Com o novo ingrediente da segurança pública, estas vozes encontram maior reverberação.

    É o caso do tenente-coronel Luciano Zuco, que nesta semana escreveu um artigo no Misto Brasília. Ainda na ativa, Zuco reflete discurso de direita que tem como principal estrela o deputado e ex-capitão do Exército, Jair Bolsonaro. Os dois rezam a mesma cartilha com discursos  similares.

    Há outros militares (sem contar àquelas das polícias militares) que pretendem se cacifar pelas urnas. Levantamento feito pelo repórter Evandro Éboli, da Gazeta do Povo, mostra que pelo menos quatro generais do Exército devem concorrer nas eleições de outubro. Estão na reserva, mas carregam o Regimento Disciplinar do Exército (RDE) como uma Bíblia.

    O general Paulo Chagas se filiou ao PRP e anunciou sua pré-candidatura ao governo do Distrito Federal. O general Eliéser Girão Monteiro é pré-candidato ao governo do Rio Grande do Norte. O general Sebastião Peternelli, do PSC, deve concorrer a deputado federal. O general Mourão, que foi exonerado por ter acusado o presidente Michel Temer de liderar um “balcão de negócios” no Planalto, é uma incógnita, observa Evandro Éboli.

    Antes discretos, os generais entraram também na onda das redes sociais. O microblog preferido é o Twitter. Há pelo menos cinco oficiais de quatro estrelas da ativa twittando regularmente.

    O principal deles é o comandante do Exército, general Villas Boas. Suas opiniões ultrapassam questões meramente militares e por diversas vezes já se manifestou publicamente na rede social sobre o atual momento político.

    Além dos generais, é possível acompanhar postagens do próprio Exército e de seus comandos regionais, além da Aeronáutica (Força Aérea Brasileira) e Marinha do Brasil. É a ponta de uma robusta e eficiente política de comunicação social.

    Lista de generais no Twitter

    General Miotto, Comandante Militar da Amazônia – (@geraldomiotto)

    General Theophilo, Comandante Logístico – (@genexteophilo)

    General Pinto Sampaio, da brigada das Missões – (@cristianopsampi)

    General Villas Boas, comandante do Exército (@gen_villasboas)

    General Freitas, comandante Militar do Oeste (@gen_ex_freitas)

    General Hamilton Martins Mourão (na reserva) (@general_mourao) – está inativo


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