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Misto Brasília - Por Gilmar Correa
  • 04/12/2017 20h03

    As vítimas de 2018

    Combate à corrupção é letra morta, esquecida, vez por outra ressuscitada feito zumbi para atacar

    Para interromper esse jogo do toma la da ca é preciso fugir do discurso barato/Arquivo/Reprodução

    O quadro político-partidário se ajusta à medida que se aproximam as eleições de 2018. Nos estados e a nível federal, os candidatos se apresentam e as pesquisas fazem a alegria de muita gente. As articulações políticas navegam distantes da realidade, mas já elaboram um discurso comum para o eleitorado assustado com o nível de nossa classe política.

    A primeira estratégia comum de todos é fugir do debate e da polêmica do combate à corrupção. A conveniência é simbólica, pois atende a todos os matizes ideológicos. Poucos se salvaram desse lodaçal fedorento. A ética e a vergonha são as primeiras vítimas dessa jornada que assistimos com mais clareza nos últimos quatro anos.

    A corrupção será um tema proibido nos programas de governo. Letra morta e esquecida ou vez por outra ressuscitada feito zumbi para atacar adversários nos programas de rádio e televisão e, especialmente nas redes sociais. Será apenas uma arma para deixar a campanha eleitoral ainda mais porca. Se antevê o sujo falando do mal lavado.

    A ética - que motivou milhares em manifestações - será jogada no lixo em 2018, porque a renovação na política será pífia. E quem está nessa estrada é gente conhecida, que pretende ficar por mais tempo no negócio. É um pessoal que herdou e construiu a carreira em família, grupos que se alimentam da política local, estadual e federal.

    E quem está fora não se arrisca em disputar votos ou não tem a mínima chance num quadro partidário sem renovação. Renovação mesmo, só a familiar.

    O eleitor que se prepare, pois irá mais uma vez ratificar fantasias apresentadas nas publicidades eleitorais. As mensagens recauchutadas vão bater na cantilena de temas surrados. É a colheita eleitoral plantada em anos do toma lá da cá, da esperteza e do jogo cada vez mais pesado e corrupto.

    Para quem pensa em novidades, pode tirar o cavalo da chuva. Basta ver quem se apresenta para disputar o pleito para os legislativos e para os executivos. O voto é a esperança para mudar esse quadro. E cair no conto do vigário é chorar ou xingar por mais quadro anos.


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