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Misto Brasília - Por Gilmar Correa
  • 08/11/2017 20h28

    Boneco no fogo, fogo no boneco

    Botaram fogo no Obama, no Maduro, em Judith, na Maria Fernanda, no Papa Francisco e no Temer

    Fogo está ligado a várias formas de crença e é um símbolo regenerador e purificador/Arquivo/Divulgação

    O fogo é um símbolo universal. De paixão, de iluminação, de espírito. É um dos quatro elementos que rege o Planeta. É um simbolismo que atravessa gerações e culturas. Se faz associações do fogo com o inferno, hábito cultivado desde a Idade Média.

    Pois bem, nesta semana, ativistas que disseram ser de direita atearam fogo num boneco com a cara de Judith Butler, a “mãe” da doutrina de gênero. Foi o suficiente para que as redes sociais pegassem fogo.

    E não foram poucos que trataram logo de fazer uma ligação com o período da Santa Inquisição, quando mulheres acusadas de bruxaria eram queimadas vivas. Os radicais do Brasil estariam abrindo as portas da escuridão da intolerância de toda sorte.

    Um exagero, certamente.

    Botar fogo em boneco é coisa muito comum em manifestações aqui e fora daqui.

    Na sulista Curitiba, há oito anos bancários queimaram um boneco da ex-presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho. Pior, o boneco foi “torturado” antes de ser encharcado de gasolina e queimado a partir dos pés da “pobre mulher”.

    Em ataque aos católicos, em Buenos Aires, há três anos, uma horda pichou monumentos da religião e ateou fogo num boneco do Papa Francisco. A Argentina estaria a um passo do portal do inferno ou das masmorras da incontinência geral? Nada disso.

    Há um ano um boneco de Michel Temer foi queimado em praça pública. Foi durante um protesto contra o governo do presidente no Rio de Janeiro.

    O boneco pendurado pelo pescoço queimava enquanto a turba gritava “Fora Temer”. O mesmo aconteceu na avenida Paulista, em São Paulo. Seria algum tipo de magia negra ou um retrocesso à Idade Média?

    O boneco do ex-prefeito de Bento Gonçalves (RS), Roberto Lunelli, também queimou em praça pública. Assim também aconteceu com Barack Obama e com o próprio Nicolás Maduro, na Venezuela. Ou o pastor Terry Jones, na fronteira afegã.

    Tanto fogo para dizer que é preciso mais compreensão e menos intolerância. E fiquemos com o próprio fogo que, tanto no Ocidente como no Oriente (como ensina o Dicionário de Símbolos), o fogo é um símbolo regenerador e purificador, e o significado sobrenatural do fogo vai desde as almas errantes até o espírito divino.


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