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Misto Brasília - Por Gilmar Correa
  • 29/06/2016 17h18

    As agendas secretas de Michel Temer

    Esconder ou omitir do conhecimento público não deveria ser uma prática neste momento de crise

    Vista aérea parcial do Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente

    Duas agendas do presidente interino Michel Temer são emblemáticas nesse mar revolto da República. Temer recebeu personalidades que por si só provocam olhares transversos.

    A primeira audiência que não foi divulgada foi com o presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Enrolado em diversas acusações, réu em dois processos no Supremo Tribunal Federal e com a cassação iminente, Cunha é um sujeito que os políticos evitam.

    Não foi o caso de Temer que o recebeu na noite de domingo. Sem agenda, sem fotógrafos, sem registros. No dia seguinte, o encontro foi vazado à jornalista Andrea Sadi que obteve confirmação da assessoria do Palácio do Planalto. Cunha, por seu turno, negou o encontro.

    O deputado defenestrado talvez queira blindar Temer, mas um encontro às escondidas suscita suspeitas. Foi dito mais tarde que o tema da conversa foi sobre a “política nacional e o interesse brasileiro (sic)”.

    Tome você mesmo sua conclusão.

    O segundo (na verdade o primeiro) encontro muito estranho para um presidente interino e que todos os dias enfrenta desafios gigantescos, aconteceu com o João Roberto Marinho. O jantar não foi divulgado e poucos tiveram conhecimento. A agenda vazou muito tempo depois pelas mãos do jornalista Fernando Rodrigues.

    Neste início de semana se suspeita do motivo do encontro que teve como testemunha Paulo Tonet Camargo, vice-presidente de Relações Institucionais da Rede Globo.

    O Diário Oficial da União publica a autorização para a transferência contábil dos herdeiros principais para os filhos e netos dos Marinho.

    O recurso, segundo o site Só Contabilidade, serve para regularizar o lançamento da conta debitada ou creditada indevidamente, através da transposição do valor da conta para a conta adequada.

    Essa manobra contábil já foi feita pela Globo que inflou uma microempresa e mexeu também com a Globo Rio, Globopar e TV Globo.

    Se duas dessas agendas foram reveladas, é de se supor que outras tenham acontecido.

    Repito: pode não ter nada de irregular ou imoral, mas o simples fato de omiti-las não tem nada de republicano, especialmente num momento crítico da nossa política.


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