Leio lá e acolá que se Michel Temer assumir um “governo ilegítimo”, o Brasil terá recuado 40 anos. Voltaria aos tempos da década de 1960 ou antes.

Leio que a Imprensa “golpista” não faz Jornalismo, mas propaganda.  Leio que os “iletrados” promotores públicos e um “juizinho de interior”, apoiados por uma polícia inescrupulosa atenta contra pessoas e partidos. E que o amaldiçoado Congresso Nacional encolhe diante da grandeza dos fatos políticos Históricos contemporâneos.

É muita conversa atravessada. Não vejo como a maioria da população esteja cega, surda e muda para uma “conspiração” nacional e internacional com o Tim Sam e os grandes grupos planetários. E que o sistema bancário também patrocina um “golpe” iminente contra uma presidente “legitimamente” eleita.

Em tempo: os bancos nunca ganharam tanto como nos governos do Lulapetismo. Os números estão a comprovar. Assim, não teriam, penso, interesse em quebrar algo que lhe interessa.

Primeiro, há de se observar algumas questões. A tal da Imprensa tradicional não é a mesma de Getúlio Vargas, de Jânio Quadros ou da ditadura militar. Cai hoje aos frangalhos, importunada pelos novos tempos de redes sociais e diversificação midiática patrocinado por um público cada vez mais eclético.

Segundo, o empresariado brasileiro também é diferente. Busca eficiência, mas afoga-se na inércia de uma política de desenvolvimento. A indústria cai pelas tabelas, todos sabem. Basta ver e analisar os indicadores.

O Congresso está sob vigilância diária, com transmissões ao vivo por diferentes meios. A transparências nas duas principais Casas Legislativas é maior do que em portais de dezenas de administrações estaduais e de centenas de gestões municipais.

Sim, no Congresso há políticos que deveriam estar na cadeia. Mas será que há 50 anos também não tínhamos pistoleiros em nossos Parlamentos? Ou será que esses novos bandidos não serviram às três últimas administrações petistas?

Ok, é preciso olhar o passado para construir um futuro melhor, mas se houve atrasos, muito se leva em conta o que aconteceu com o governo central nos últimos 10/15 anos.

No caso do “juizinho”, é bom que se diga que nunca antes na História desse país houve uma operação contra a corrupção dessa envergadura como a Lava Jato.

É bom que se recorde: nunca se roubou tanto do erário público como agora sob os auspícios de discursos imaginários de dias melhores. 

É é bom que se diga: precisamos de reformas e não será com discursos hipócritas que vamos encontrar o melhor caminho e sair dessa crise com algo melhor.