Alguém tem alguma dúvida sobre o fim do governo Dilma (PT)? Nem Lula, que parece torcer para o fim melancólico para tentar voltar em 2018 como oposição.

Mais de meia dúzia de ministérios estão sem titular. Nem mesmo os acertos fisiológicos, convertidos em uma centena de votos na Câmara por conta do impeachment, conseguem dar rumo a uma administração marcada por incompetências. Dilma tropeça na verborragia enquanto ataca o “golpe”.

Os senadores elegem hoje a comissão que vai instruir o processo contra a presidente, mas o vice-presidente Michel Temer (PMDB) tem pressa na armação de uma nova administração. É mais um sinal de que, para Dilma, acabou.

Nos bastidores fervilha encontros para costurar uma saída para o país. Mas a questão não é apenas preparar um governo de transição, mas o futuro eleitoral de muitas cabeças coroadas, inclusive a de Lula (PT) e de Aécio Neves (PSDB). No vale tudo, poucos pensam naquilo que preconizam: o bem-estar da população.

O que não está nesta equação de acertos políticos é o imponderável da Operação Lava Jato. Surpresas podem melar o futuro de muita gente. Na prática, se a Justiça realmente trabalhar com rapidez, inclusive o Supremo Tribunal Federal, vai restar um futuro incerto para os caciques da República.

No meio dessa barafunda, os exageros de radicais festivos e midiáticos. Cusparadas à parte, há ainda um pouco de decência. Quem sabe, ai esteja um lampejo de esperança.