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- Contato Brasil, 20 de abril de 2025 09:34:17
No domingo (03) um escândalo monumental de tamanho planetário foi revelado. Pelo que se sabe até agora, são mais de 200 mil empresas fictícias que agora começam a ser conhecidas.
No centro desse furacão que pega gente de todo o mundo, especialmente Putin, o todo-poderoso da Rússia, está a empresa Mossak Fonseca. Na lista de suspeitos estão brasileiros, entre os quais, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro.
De quebra, envolve personagens do escândalo bilionário revelado pela Operação Lava Jato e que tem como financiadora a Petrobras. De acordo com o jornal português Público, as operações da Mossak Fonseca só começaram a ser investigadas no Brasil em Janeiro deste ano (na Alemanha, aconteceu na mesma época).
Os procuradores brasileiros qualificam a empresa como uma “grande branqueadora de capitais”.
No Brasil, os documentos – com uma quantidade massiva de informação (2,6 terabytes) de um longo período de tempo, que vai dos anos 1970 até agora – foram analisados pelo portal UOL, o jornal O Estado de São Paulo e a Rede TV, que identificaram pelo menos 107 empresas offshore ligadas a personagens citadas na Lava-Jato. Estas empresas não são, todavia, referidas no megaprocesso gerido pelo juiz Sérgio Moro.
Há pelo menos seis grandes empresas e famílias envolvidas na Lava-Jato que negociaram com a Mossack Fonseca: a construtora Odebrecht e as famílias Mendes Júnior, Schahin, Queiroz Galvão, Feffer (grupo Suzano) e Walter Faria (grupo Petrópolis).
A Mossack Fonseca, que de acordo com o jornal The Guardian é a quarta maior no ramo de criação de empresas em territórios offshore, já forneceu uma longa resposta em sua defesa. Entre outros aspectos, defende que não permitiu e desconhece o uso de empresas suas por pessoas “com alguma ligação à Coreia do Norte, Zimbabwe, Síria, e outros países” mencionados pelos mídia envolvidos na divulgação dos dados.
Muita água suja vai correr embaixo dessa ponte.
E como diz o português Rui Tavares, em seu artigo “Os papeis do Panamá”, essas revelações são apenas o prelúdio a que encaremos de frente que a globalização está enferma e que precisa de ser radicalmente democratizada — o que não acontecerá sem um outro entendimento da soberania, tema de uma futura crónica.