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  • Contato Brasil, 29 de abril de 2024 10:03:03
Humberto Azevedo
  • 31/05/2023 17h15

    “Bolsonaro não é louco, é mau-caráter”, afirma Duda Salabert ao rejeitar proposta que pretende exigir laudo psiquiátrico para candidatos

    Pedetista mineira afirmou que iniciativa, apresentada pelo psiquiatra de formação e atual prefeito de Serra (ES), ex-deputado do seu partido, Sérgio Vidigal, “não faz sentido algum”.

    Duda Salabert discursando na tribuna do plenário Ulysses Guimarães nesta última terça-feira, 30 de maio, contra a votação do projeto que estabelece a data de 5 de outubro de 1988 como data limite para demarcação de terras indígenas.

    A deputada transexual Duda Salabert (PDT-MG) afirmou, com exclusividade para este blog, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “não é louco, é mau-caráter”. Tal declaração aconteceu após ser perguntada sobre como avaliaria o Projeto de Lei (PL) 159 de 2020, que pretende exigir - se aprovado e sancionado - laudo psicológico e psiquiátrico para candidatos a cargos eletivos.

     

    A pedetista mineira afirmou que a iniciativa, apresentada pelo psiquiatra de formação e atual prefeito de Serra (ES), ex-deputado do seu partido, Sérgio Vidigal, “não faz sentido algum”. Segundo ela, o entendimento de que a loucura é um estereótipo para qualificar ações de pessoas que cometem crimes em suas falas, ou ações, é “algo que nós temos que combater que vem do imaginário popular e que é uma visão psicofóbica, que acredita que pessoas como Hitler e Bolsonaro tem algum transtorno, ou algum sofrimento psicológico”.

     

    “Não! Há uma diferença brutal entre mau-caratismo, psicopatia e pessoas com sofrimento mental. São campos [de estudos] diferentes e no caso de Jair Bolsonaro, ele é um mau-caráter, um genocida, um despreparado. Isso não tem relação com a saúde mental. A saúde mental de uma pessoa não o leva a cometer crimes contra a humanidade. A saúde mental pode causar sofrimento, como também pode causar saúde mental. Por isso, somos contra este projeto [que aguarda deliberação quanto à admissibilidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)]”, complementou.

     

    “[Este projeto] não faz sentido algum. Na verdade, [a política parlamentar e representativa] quanto mais plural e mais diversa, melhor! Não faz sentido a gente excluir pessoas que queiram participar do debate político. Projetos como esse dificilmente vão tramitar nesta Casa [que atua] em defesa da democracia e a democracia pressupõe diversidade. Não só do ponto de vista político, partidário, mas do ponto de vista cognitivo e psicológico. A loucura nada mais é do que a materialização da nossa diversidade psicológica, cognitiva, afetiva e é isso que nós queremos. E se essas diversidades fizerem presente no Congresso, quem ganha é a política nacional”, completou.


     

    Luta antimanicomial

     

    A fala de Duda Salabert aconteceu depois dela discursar no último dia 17 de maio, no hall da taquigrafia da Câmara dos Deputados, durante a realização de um ato da sociedade civil em comemoração ao dia nacional da luta antimanicomial comemorado naquela data. Na oportunidade, a parlamentar lamentou “que até 2018, nós travestis e transexuais éramos reconhecidos pela OMS [Organização Mundial da Saúde] como transtorno mental”.

     

    “Nós somos exemplo de que a subjetividade, a nossa loucura, é sinônimo de diversidade. Então, não vamos aceitar, não vamos tolerar, patologizar a diversidade. Por isso nos mantemos forte na luta contra o manicômio em Belo Horizonte, cidade ao qual faço parte, [quando] tentaram no governo Bolsonaro desmontar a saúde mental de Belo Horizonte que é referência para o Brasil todo, no que se refere aos cersams [centros de referência em saúde mental que oferece acolhimento de urgência em crise de saúde mental, com cobertura para toda a capital mineira]. Então, tanto no município, como no estado e no Brasil lutaremos e coloco o nosso mandato aberto com o compromisso na luta antimanicomial. Sem prisões, sem cadeia e em nome da nossa diversidade”, pronunciou.


     

    Zema

     

    Perguntada também como avalia os 53 meses de gestão do governador Romeu Zema (Novo) à frente da máquina pública do governo estadual de Minas Gerais, Salabert não titubeou: “O Zema é o fracasso”.

     

    “O Zema é o office-boy das mineradoras, mantém a política genocida do Jair Bolsonaro, é irresponsável com a educação e com os professores. Ele quer aprofundar o neoliberalismo com mais liberalismo. É abertamente LGBTfóbico. É uma tragédia para Minas Gerais ter um governador como Romeu Zema, que é um fracasso em todos os sentidos. Eu desafio o governador Romeu Zema para um diálogo, um debate, para ele me mostrar algo positivo que ele fez para Minas Gerais nos últimos quatro anos”, emendou.


     

    Lula

     

    “Já o governo Lula começou com algumas ações importantes, mas vamos aguardar. Ainda tem pouco tempo. Política pública só começa a surtir efeito a partir de um ano”, finalizou.


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