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- Contato Brasil, 04 de dezembro de 2024 06:10:32
A possível saída de parlamentares do União Brasil fluminense expõe um racha do centrão comandado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o centrão capitaneado pelos presidentes do MDB - Baleia Rossi (SP), PSD - Gilberto Kassab (SP) e Republicanos - Marcos Pereira (SP).
Fontes ligadas à cúpula do União Brasil afirmaram a este blog que a ministra do Turismo, Daniela do Waguinho, e mais os cinco deputados da legenda que pediram desfiliação do partido e recorreram a justiça para manter os seus mandatos irão reconsiderar da decisão tomada e permanecerão na agremiação partidária.
As fontes ouvidas pelo blog apostam ainda numa negativa da Justiça Eleitoral para pedido de desfiliação tanto da ministra e dos demais parlamentares fluminenses. De acordo com uma das fontes ouvidas faltou a Daniela do Waguinho conhecer a legislação eleitoral, que estabelece que cargos como de deputados e vereadores pertencem aos partidos.
Para forçar esta reconsideração, mais cedo, o presidente nacional da sigla - Luciano Bivar (PE), afirmou ao O Globo que pedirá ao governo o cargo ocupado por Daniela na Esplanada dos Ministérios. "Ainda não recebi qualquer notificação judicial sobre essas saídas, apenas uma carta de insatisfação. Mas ninguém tem livre trânsito partidário por simples desagrado com qualquer tema. Sobre a Daniela, é importante lembrar que a indicação dela no ministério é do União", falou o dirigente do União Brasil.
Além de Daniela, os outros deputados que pediram à Justiça eleitoral desfiliação ao União Brasil foram Chiquinho Brazão, Juninho do Pneu, Marcos Soares, Ricardo Abraão e Dani Cunha - esta última filha do ex-presidente da Câmara cassado, Eduardo Cunha. Os parlamentares já manifestaram intenção em se filiar no Republicanos do vice-presidente do Congresso Nacional, deputado Marcos Pereira, que também já confirmou interesse em filiá-los. A intenção de Pereira é se cacifar como sucessor de Lira a frente da Câmara no próximo biênio entre 2025 e 2026.
Atualmente o União Brasil conta com 59 deputados e três ministérios na gestão Lula III. Caso a Justiça eleitoral dê guarida aos parlamentares fluminenses para que eles possam trocar de partido, todos eles estarão filiados ao super-bloco montado pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab - secretário da Casa Civil do governo paulista de Tarcísio Freitas (Republicanos), juntamente com Marcos Pereira - presidente nacional do Republicanos, Renata Abreu - presidenta nacional do Podemos e Baleia Rossi - presidente nacional do MDB.
O super-bloco formado por MDB, PSD, Podemos, Republicanos e PSC possui 142 deputados e com o acréscimo dos cinco parlamentares fluminense dissidentes do União Brasil passaria a contar com 147 cadeiras na Cãmara. O movimento é visto também como uma aliança das quatro legendas para minar o poderio de Arthur Lira, e se apresentar como "fiel da balança" do governo Lula III dentro da Câmara federal. Em contrapartida, Lira articula um bloco formado pelo seu PP com o União Brasil, PDT, PSB e Avante - que teria 164 deputados. Sem os cinco do RJ, 159.