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- Contato Brasil, 04 de dezembro de 2024 16:53:38
A ex-ministra dos Direitos Humanos, da Família e da Mulher do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e atual senadora Damares Alves (Republicanos-DF) reclamou nesta última terça-feira, 14 de março, de que o seu mandato é boicotado no Senado Federal - Casa legislativa em que tomou posse no dia 1º de fevereiro.
A reclamação da ex-ministra aconteceu durante discurso em que contava aos seus pares ultra-reacionários e extremistas num encontro que reuniu parlamentares para anunciar a criação de uma frente parlamentar contra a sexualização precoce de crianças e adolescentes. Segundo ela, o tema é bloqueado no Senado e suas iniciativas sequer são analisadas.
“Eu vou falar de criança naquela Casa, nem que eu tenha que subir na tribuna e falar todo dia. Criança e adolescente é prioridade absoluta [sic]. (...) e não vem dizer que o mundo mudou, não, que sexualização está na moda, que não está. Criança é criança e ponto. (...) chega de sexualização precoce, chega de erotização precoce”, falou ao contar que um requerimento de sua autoria para abordar a temática nas comissões de assuntos sociais e de direitos humanos e legislação participativa, ao qual é titular, nem sequer foram registrados no sistema para serem apreciados ou incluídos como subcomissão.
A tentativa em se constituir a frente parlamentar contra a sexualização precoce de crianças é de autoria do deputado Messias Donato (Republicanos-ES). A informação é que faltavam até ontem 32 assinaturas. Para se criar uma frente parlamentar é necessário a assinatura de 172 deputados federais e de 27 senadores.
Além de reclamar do boicote ao seu mandato no Senado Federal, Damares agradeceu o parlamentar capixaba por liderar a iniciativa em criar a frente contra a sexualização precoce de crianças na Câmara dos Deputados. Ela pediu que Messias Donato “mantenha o foco” em colocar as pautas, segundo ela, que são de interesses da infância e da adolescência no Congresso Nacional.
“Vamos fazer [desta frente uma luta permanente] em defesa de nossas crianças, da vida. (...) E vocês da indústria que erotizam nossas crianças, pedófilos, nós vamos pegar vocês”, complementou a senadora.
Além de Damares, participaram do encontro os deputados Eli Borges (PL-TO), presidente da Frente Parlamentar Evangélica (FPE); Luís Ovando (PP-MS), Felipe Martins (PL-TO), Roberto Monteiro (PL-RJ), Paulo Fernando (Republicanos-DF), Evair de Melo (PP-ES) e Franciane Bayer (Republicanos-RS); além do senador Eduardo Girão (Novo-CE).
“Horrorizado”
Já o ex-vice-líder do governo Bolsonaro - Evair de Melo - disse que uma das funções da nova frente que Donato tenta criar com apoio de Damares será ouvir representantes do Ministério da Educação sobre o uso de material didático, que segundo ele, fere a “honra” da sociedade brasileira.
“Está complicado. Tenho um filho e uma filha e quando chego em casa, vejo horrorizado [às lições] que eles mostram que a professora passou”, discursou fazendo coro às falas dos correlegionários ultra-reacionários, extremistas e fundamentalistas neopentecostais que criticavam publicações juvenis como a obra o “aparelho sexual e cia. - um guia inusitado para crianças descoladas” da Editora Seguinte e de autoria do suíço Zep e da francesa Hélène Bruller.