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- Contato Brasil, 20 de abril de 2025 03:30:44
(Brasília-DF, 19/06/2018) 49 deputados que assinaram o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as irregularidades na Operação Lava Jato pediram nesta terça-feira, 19, a retirada de suas assinaturas após serem pressionados por suas bases e por entenderam que a investigação será uma vitória política do PT.
O pedido de instituição da CPI foi feito no dia 30 de maio. Ao todo, o líder petista na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), apresentou requerimento no sentido de apurar as supostas irregularidades da investigação que causou um tremor nas instituições políticas e econômicas do País contendo o apoio de 190 parlamentares. 19 a mais do que os 171 necessários.
Mas a após o pedido de investigação ser associado como uma vitória política do PT contra os juízes, procuradores, promotores, delegados e policiais que estão à frente da Lava Jato, 49 deputados que foram a favor da CPI correram em massa para entregar os pedidos de retirada de suas assinaturas. Só que como o pedido de CPI já foi apresentado, as solicitações de retirada de assinaturas serão indeferidas pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com base nos dispostos do Regimento Interno da Casa.
A saída para evitar que a referida CPI aconteça depende agora de dois fatores. Ou mais da metade dos que assinaram o pedido de CPI, 96 deputados, propõem um outro documento estabelecendo que não querem tal investigação sobre as supostas irregularidades da Lava Jato; ou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um dos investigados da operação não instale a CPI.
Nos bastidores, ambas possibilidades são descartadas. A maioria dos deputados que assinou o pedido de CPI quer que a investigação traga à luz os eventos que estão sendo colocados sob suspeição. Sobretudo após o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran de ter anunciado que dispõe de provas, dentre outras, que demonstram que o advogado Carlos Zucolotto – amigo de Sergio Moro – teria cobrado pagamento "por fora" para "melhorar" um acordo de delação premiada. Tacla Duran é ex-funcionário da Odebretch e se refugiou na Espanha para evitar ser preso pela Lava Jato.
Em pronunciamento na tribuna do plenário da Câmara, o líder do maior bloco de partidos com assento na Câmara – deputado Arthur Lira (PP-AL) – recusou estar associado aos interesses que poriam fim à Lava Jato. Disse que quer apenas esclarecer as possíveis irregularidades da operação - que paralisou o Brasil desde 2015 - possam ter sido cometidos. Como exemplo citou a realização da CPI que investigou as atividades ilícitas da JBS.
Já o líder petista classificou o movimento de manada de deputados que pediram a retirada de suas assinaturas de algo que tinham concordado de motivação bizarra. Para ele, sites políticos com grande audiência como o “Antagonista” do ex-colunista da revista “Veja”, Diogo Mainardi, contribuiu para o efeito de tentar cercear a investigação sobre as supostas irregularidades da Lava Jato.
“Veículos e movimentos da extrema-direita, como o blog ‘O Antagonista’ e o ‘Movimento Brasil Livre – MBL’ à frente, estão bombardeando a CPI das Delações, prestes a ser instalada na Câmara”, criticou.
Listas
Abaixo segue a lista dos deputados que pediram a CPI da Lava Jato e que “arrependidos” pediram a retirada de suas assinaturas.
Favoráveis a CPI e que se “arrependeram”
Rogério Rosso (PSD-DF); |
Vítor Valim (PROS-CE); |
Covatti Filho (PP-RS); |
Darcísio Perondi (PMDB-RS); |
Osmar Terra (PMDB-RS); |
José Rocha (PR-BA) – líder do partido; |
Giovani Cherini (PR-RS); |
Luiz Carlos Heinze (PP-RS); |
Flaviano Melo (PMDB-AL); |
Evair de Melo (PP-ES); |
Laura Carneiro (DEM-RJ); |
Gonzaga Patriota (PSB-PE); |
Goulart (PSD-SP); |
Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE); |
Carlos Henrique Gaguim (DEM-TO); |
Valdir Colatto (PMDB-SC); |
Roney Nemer (PP-DF); |
Toninho Wandscheer (PROS-PR); |
Alceu Moreira (PMDB-RS); |
Jorge Silva (SD-ES); |
Jerônimo Goergen (PP-RS); |
Jhontan de Jesus (PRB-RR); |
José Stédile (PSB-RS); |
Júlio Delgado (PSB-MG); |
Augusto Carvalho (SD-DF); |
Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC); |
Pompeo de Mattos (PDT-RS); |
Celso Maldaner (PMDB-SC); |
Rubens Bueno (PPS-PR); |
Paulo Foletto (PSB-ES); |
Lelo Coimbra (PMDB-ES) – líder da maioria; |
Moses Rodrigues (PMDB-ES); |
Junji Abe (PMDB-SP); |
Átila Lins (PP-AM); |
Marcus Vicente (PP-ES); |
Beto Mansur (PMDB-SP); |
Arnaldo Jardim (PPS-SP); |
Marcelo Delaroli (PR-RJ); |
Sandes Júnior (PP-GO); |
Benjamin Maranhão (PMDB-PB); |
Bebeto (PSB-BA); |
Valadares Filho (PSB-SE); |
Pedro Chaves (PMDB-GO); |
Renato Molling (PP-RS); |
Marcelo Matos (PSD-RJ); |
Assis Couto (PDT-PR); |
Osmar Serráglio (PMDB-PR); |
Herculano Passos (PMDB-SP); |
Rosângela Gomes (PRB-RJ). |