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  • Contato Brasil, 20 de abril de 2025 06:14:22
Humberto Azevedo
  • 04/06/2018 20h59

    Direita e centro queriam a demissão de Parente, mas para evitar holofotes a bandeira da esquerda, não se pronunciam sobre mudanças na política de preços da Petrobras

    Até o momento apenas a legenda Solidariedade (SD) dos partidos que se movimentam no campo político intitulado “centrão” e que apoiam o governo Temer se manifestou; os demais, silêncio

    Na foto de Pedro Ladeira publicada em 17/04/2016 pela Folhapress, parlamentares que participavam do "blocão" chamado à época do impeachment da presidente Dilma

    (Brasília-DF, 04/06/2018) Apenas o partido Solidariedade, daqueles que apoiam o governo do presidente Michel Temer, e que formam um grupo que se dissocia dos partidos tradicionais como DEM (ex-PFL) e PSDB que também dão apoio ao governo do PMDB, se pronunciou sobre a queda do ex-presidente da Petrobras, Pedro Parente. E mesmo assim de forma indireta.

    A posição dos 11 deputados da legenda é a mesma que consta na nota emitida pela segunda maior central de sindicatos do País, a Força Sindical, presidida pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), conhecido como “Paulinho da Força”.

    O líder do partido na Câmara, deputado Wladimir Costa (SD-PA) que chegou a tatuar a imagem de Michel Temer no ombro direito, não se posicionou. Mas, de acordo com a assessoria de imprensa da liderança da legenda, a nota da Força é encampada pela bancada de parlamentares do Solidariedade.

    Além de assinada por Paulinho da Força, a nota da central sindical também fora assinada pelo secretário-geral da entidade, João Carlos Gonçalves, conhecido como Juruna. Nela, ambos dizem que “Pedro Parente vinha desenvolvendo uma política na empresa que prejudicava a classe trabalhadora”.

    Além disso, afirmam ainda que o ex-presidente da Petrobras que renunciou o comando da empresa “dava clara demonstração de se curvar aos especuladores”. Assim, “como o ministro do ‘apagão’, como ficou conhecido no governo de FHC” não tinha outra “saída”.

    Entretanto, a nota da Força Sindical assumida pelos deputados do SD não teceu nenhum comentário sobre o novo presidente da estatal, Ivan Monteiro, e a continuidade da política de preços da era Parente.

     

    Demais partidos do “centrão”

    Procurado por este blog, o deputado Arthur Lira (PP-AL) – líder do maior bloco de partidos em atuação na Câmara, formado por PP, Podemos e Avante que possui 69 deputados – não retornou o contato para abordar a queda de Parente e tampouco comentar a assunção do novo presidente da Petrobras.

    Lira também não deu nenhuma palavra sobre a continuidade da política de preços praticada pela estatal sob nova gestão. A mesma postura também foi adotada pelos líderes do PR, José Rocha (BA), que lidera 41 deputados; do PSD, Domingos Neto (CE), que possui 38 parlamentares; do PTB/PROS, Jovair Arantes (PTB-GO), que conta com 26 deputados.

     

    História do “centrão”

    O nome “centrão” fora utilizado pela primeira vez na nomenclatura política brasileira durante as discussões da Constituinte de 1988 e que contava com parlamentares do PFL (atual DEM), PMDB, PDS (atual PP e PSD), PTB, PL (atual PR) e PDC (atual PSC e PSDC).

    Em 2015, sob a inspiração do ex-presidente da Câmara – deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) atualmente presidiário – uma união de médias e pequenas legendas se formou para conseguir fazer frente a pressão exercida pelos partidos tradicionais que controlavam até então a pauta dos debates legislativos.


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