DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em queda e no Brasil, sem grandes divulgações, mas haverá a divulgação do IGP-10
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(Brasília-DF, 14/01/2025). A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão em queda e no Brasil sem grandes índices a serem divulgados, mas haverá divulgação do IGP-10 da FGV-IBRE.
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Nesta sexta-feira, os futuros nos EUA operam em queda (S&P 500: -0,3%; Nasdaq 100: -0,5%) após índices registrarem sua pior sessão em mais de um mês. A aversão a risco se intensificou com forte queda nas empresas de tecnologia, em meio à preocupação com valuations, aumento de capex em AI e a queda recente da Oracle. Investidores também reagiram à redução das apostas de corte de juros em dezembro (52% hoje vs. 62,9% ontem), enquanto o fim do shutdown trouxe dúvidas, com a Casa Branca sugerindo que parte dos dados econômicos não será publicada.
Na Europa, as bolsas recuam (Stoxx 600: -1,1%) acompanhando o pessimismo global com valuations de AI e sinais de desaceleração econômica na China. Todos os principais mercados operam no negativo, enquanto dados chineses mais fracos pressionam o apetite por risco. No Reino Unido, gilts são vendidos após relatos de que o governo pode reverter o plano de aumento de impostos, levando a um salto nas taxas longas. Entre os destaques corporativos, Allianz sobe cerca de 1% após reportar lucro operacional recorde no acumulado do ano.
Na China, os mercados fecharam em queda (HSI: -1,8%; CSI 300: -1,6%) acompanhando o sell-off global em tecnologia e a piora dos dados econômicos de outubro. A leitura mostrou contração de 1,7% no investimento em ativos fixos no acumulado do ano, desaceleração da produção industrial (4,9% A/A) e leve moderação das vendas no varejo (2,9% A/A), refletindo demanda fraca e dificuldades no setor imobiliário. O sentimento também foi afetado por quedas expressivas em gigantes regionais como SoftBank, após o grupo japonês vender toda sua participação na Nvidia.
IBOVESPA -0,3% | 157.162 Pontos. CÂMBIO +0,1% | 5,30/USD
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a quinta-feira em queda de 0,3%, aos 157.162 pontos, em um dia negativo para os mercados globais (S&P 500, -1,7%; Nasdaq, -2,1%), que foram pressionados com o aumento das dúvidas em relação ao valuation das empresas de AI e sobre o tamanho do ciclo de corte de juros do Federal Reserve. No cenário local, a temporada de resultados do 3T25 continuou no centro das atenções: até agora, 73 das 79 companhias do Ibovespa já divulgaram seus resultados, com 60% superando suas estimativas de lucro a uma surpresa média de 11,6%.
Hapvida (HAPV3, -42,2%) despencou após a divulgação de resultados do 3T25 bem abaixo das expectativas do mercado, com a maior queda diária da história do papel. Por outro lado, MRV (MRVE3, +5,2%) avançou após divulgar resultados acima das expectativas, com surpresas relevantes no lucro líquido das ações brasileiras.
Para esta sexta-feira, destaque para a divulgação do PIB do 3T25 pela Zona do Euro. No Brasil, a temporada de resultados do 3T25 chega ao fim com os balanços de Azul, Bradespar, Cosan, Gol, Raízen e Rumo. Pela temporada internacional, destaque para os balanços de Alibaba e Allianz.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão desta quinta-feira com abertura ao longo da curva, inicialmente pressionadas pelo megaleilão de títulos prefixados do Tesouro Nacional, que elevou o risco na curva a termo e fez os prazos mais longos subirem desde cedo. Esse movimento foi intensificado pelo cenário externo, após declarações de dirigentes do Federal Reserve reforçando uma postura restritiva dos juros e pela fraca demanda doméstica no leilão de títulos de 30 anos do Tesouro americano, fatores que impulsionaram as taxas nos EUA e aumentaram a inclinação da curva a termo por lá também. Assim, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,5951% (+2,71bps vs. pregão anterior); enquanto os de dez anos em 4,1226% (+5,13bps). Por aqui, o DI jan/26 encerrou em 14,89% (+0,3bp vs. pregão anterior); DI jan/27 em 13,67% (+1,1bps); DI jan/29 em 12,84% (+2bps); DI jan/31 em 13,18% (+1,8bps).
IFIX
O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou a quinta-feira em queda de 0,17%, influenciado pela abertura da curva de juros, em resposta à sinalização de uma postura mais restritiva por parte do Federal Reserve. O movimento foi pressionado principalmente os fundos de papel (-0,26%), ainda impactados pela deflação registrada em agosto. Os fundos de tijolo também recuaram, embora de forma mais contida, com queda marginal de 0,08%.
Com esse desempenho, o IFIX acumula retração de 0,07% no mês e de 15,24% no ano. Entre os destaques positivos da sessão, figuraram HSLG11 (+1,7%), VGIP11 (+1,1%) e VINO11 (+0,8%). Já entre as principais quedas, destacaram-se DEVA11 (-2,7%), KORE11 (-1,8%) e HCTR11 (-1,6%).
Economia
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, se reuniram para discutir um “mapa do caminho” que deve orientar as negociações bilaterais entre os dois países. A expectativa é concluir até o fim do mês um acordo provisório.
Na China, os dados de outubro apontam perda de fôlego. A produção industrial e vendas no varejo desaceleraram em relação ao mês anterior, enquanto os investimentos em ativos fixos vieram pior que o esperado. Entretanto, a taxa de desemprego recuou para 5,1%.
No Brasil, as vendas do varejo ampliado cresceram 0,2% em setembro frente a agosto (XP e mercado: 0,1%), e avançaram 1,1% na comparação anual, em linha com as expectativas. Por outro lado, o varejo restrito caiu 0,3%, frustrando as expectativas de alta e interrompendo uma sequência de oito trimestres de crescimento. Os dados reforçam o cenário de desaceleração do consumo das famílias, especialmente nos setores mais dependentes de crédito.
Já os segmentos mais ligados à renda mostram estabilidade. Projetamos crescimento modesto para o comércio varejista nos próximos meses, com ritmo moderado e tendência de estabilidade. A projeção para o PIB de 2025 segue em 2,1%.
( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)