DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em estabilidade e no Brasil sem grandes índices em destaque, resultados de grandes empresas e avaliação sobre aprovação da isenção do IR
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(Brasília-DF, 06/11/2025) A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão em estabilidade e no Brasil sem grandes índices em destaque, mas o mercado vai ficar atento a repercussão da aprovação do IR.
No Brasil, a temporada de resultados do 3T25 continua no centro das atenções, com destaque para Assai, Caixa Seguridade, Energisa, Lojas Renner, Magazine Luiza, Petrobras, PetroReconcavo, Smart Fit e Suzano.
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Nesta quinta-feira, os futuros nos EUA operam estáveis (S&P 500: 0,0%; Nasdaq 100: 0,0%) após a recuperação das ações de inteligência artificial e sinais de possível reversão das tarifas impostas pelo governo Trump. Durante a sessão anterior, o Nasdaq subiu 0,7% e o S&P 500 avançou 0,4%, impulsionados pelo alívio com valuations em IA e pela leitura otimista da Suprema Corte sobre as tarifas comerciais. Os juízes demonstraram ceticismo quanto à legalidade das medidas da Casa Branca, aumentando as apostas em um recuo das tarifas, cenário que seria positivo para os mercados. Enquanto isso, investidores aguardam novos resultados nesta quinta-feira, incluindo Expedia, Airbnb e Vistra.
Na Europa, as bolsas caem levemente (Stoxx 600: -0,1%) em meio a uma nova rodada intensa de resultados corporativos. AstraZeneca sobe 0,7% após receita e lucro acima das estimativas, mantendo guidance cauteloso diante de ventos contrários na China e América Latina. DHL dispara 5,7% ao superar projeções, enquanto Commerzbank cai 1,7% com queda de 7,9% no lucro líquido, embora tenha elevado a projeção de receita anual para EUR 8,2 bilhões. As atenções também se voltam às decisões monetárias do Banco da Noruega e do Banco da Inglaterra, que deve manter a taxa em 4% antes do orçamento de outono.
Na China, os mercados fecharam em alta (HSI: +2,1%; CSI 300: +1,4%), acompanhando o rali de Wall Street após o desempenho forte da AMD e a recuperação das ações de AI. Em Hong Kong, o dia foi de otimismo apesar dos IPOs negativos de WeRide (-12%) e Pony.ai (-8%), que levantaram cerca de US$ 1,7 bilhão. O sentimento na região reflete o alívio com a estabilização dos valuations em IA e o avanço das negociações comerciais entre EUA e China. No Japão, o Nikkei 225 avançou 1,3% e o Topix 1,4%, impulsionados por empresas de semicondutores: Advantest, Renesas e Disco Corp.
Nos Estados Unidos, o setor de serviços continua sólido apesar do enfraquecimento do mercado de trabalho. O PMI (índice de gerentes de compras) de serviços – medido pelo ISM – subiu de 50,0 em setembro para 52,4 em outubro, o patamar mais alto em oito meses. Do lado positivo, o componente de novas encomendas avançou bem acima do esperado. Por outro lado, a medida de emprego do setor de serviços indicou contração (níveis abaixo de 50,0) pelo quinto mês consecutivo. Ainda sobre o mercado de trabalho americano, o Relatório Nacional de Emprego ADP mostrou criação líquida de 42 mil ocupações no setor privado em outubro, após queda de 29 mil em setembro. Apesar do resultado geral acima da projeção de mercado (30 mil vagas), os dados setoriais trouxeram sinais preocupantes.
IBOVESPA +1,7% | 153.294 Pontos. CÂMBIO -0,7% | 5,36/USD
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a quarta-feira em forte alta de 1,7%, aos 153.294 pontos, registrando sua décima primeira valorização consecutiva, renovando máximas históricas, com 69 dos 82 papéis do índice fechando o dia no campo positivo. As ações brasileiras mantiveram a tendência positiva, impulsionadas pelo otimismo em torno da perspectiva de queda de juros domésticos pela frente e pelos resultados sólidos da temporada do 3T25. O grande destaque do dia foi a decisão do Copom, que manteve a taxa Selic em 15,0%, em linha com o esperado. O comunicado, embora tenha reconhecido alguma melhoria nas perspectivas de inflação, não sinalizou o início do ciclo de cortes de juros no Brasil.
Entre as ações C&A (CEAB3, +8,5%) avançou após reportar resultados do 3T25, que vieram sólidos, mas em linha com as expectativas dos nossos analistas (veja aqui o comentário completo). Na ponta negativa, CSN (CSNA3, -4,6%), recuou, após reportar resultados do 3T25 que, embora sejam sequencialmente melhores, ainda estão marcados pelas preocupações com a geração de caixa e alavancagem da companhia (veja aqui mais detalhes).
Nesta quinta-feira, a agenda internacional inclui a decisão de juros do banco central da Inglaterra. No Brasil, a temporada de resultados do 3T25 continua no centro das atenções, com destaque para Assai, Caixa Seguridade, Energisa, Lojas Renner, Magazine Luiza, Petrobras, PetroReconcavo, Smart Fit e Suzano.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão de quarta-feira com fechamento ao longo da curva, com os investidores ajustando posições à espera da decisão de política monetária. O DI jan/26 encerrou em 14,89% (- 0,4bps vs. pregão anterior); DI jan/27 em 13,84% (- 2,8bps); DI jan/29 em 13,06% (- 6,3bps); DI jan/31 em 13,35% (- 8,1bps). Nos EUA, o relatório da ADP apontou a criação líquida de 42 mil empregos em outubro, acima da expectativa de 30 mil, o que pressionou os juros das Treasuries. Com isso, os rendimentos de dois anos terminaram o dia em 3,62% (+5,66bps vs. pregão anterior); enquanto os de dez anos em 4,15% (+7,05bps).
IFIX
O IFIX encerrou a quarta-feira com avanço marginal de 0,03%, acumulando queda de 0,08% nos primeiros pregões de novembro. O movimento foi influenciado pelo fechamento da curva de juros.
No desempenho setorial, os fundos de tijolo registraram alta média de 0,10%, beneficiados pela sensibilidade às expectativas de queda nos juros futuros. Os fundos de papel também avançaram, com valorização média de 0,06%. Por outro lado, os fundos híbridos apresentaram o pior desempenho do dia, com queda média de 0,18%. Entre as maiores valorizações do pregão, destacaram-se RZAT11 (+2,1%), VGHF11 (+1,8%) e BLMG11 (+1,4%). Já entre as principais quedas, figuraram VGRI11 (-2,1%), WHGR11 (-1,6%) e HGRE11 (-1,2%).
Economia
O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 15,00%, conforme amplamente esperado. O comunicado pós-decisão reiterou, em grande medida, as mensagens da reunião anterior (realizada em setembro), com destaque à necessidade de manter a taxa de juros em seu nível atual “por período bastante prolongado”. O Copom mencionou a melhora da dinâmica inflacionária, diante das leituras recentes mais favoráveis do IPCA e de certa moderação no crescimento econômico. A decisão de ontem está alinhada ao nosso cenário-base, que prevê o início de um ciclo de cortes de juros em março de 2026. Projetamos seis reduções consecutivas de 0,50 p.p., com a taxa Selic atingindo 12,00% no final do próximo ano.
O Senado Federal aprovou, por unanimidade, o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IRPF) para trabalhadores que recebem até R$ 5.000/mês, e estabelece descontos para os que ganham até R$ 7.350/mês. A proposta segue agora para sanção do Presidente Lula. Para compensar a renúncia fiscal, o projeto prevê a criação de um imposto mínimo efetivo de até 10% para indivíduos com renda superior a R$ 600 mil/ano. Segundo nossas estimativas, a reforma do IRPF deve adicionar 0,3 p.p. ao crescimento do PIB em 2026.
( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)