Fernando Haddad disse que hoje Fazenda e Casa Civil vai apresentar uma proposta para os líderes votarem a LDO; perguntado sobre corte de gastos, disse que foram apresentadas propostas, mas o Congresso não as quis votar
Confira a íntegra da conversa de Haddad com os jornalistas
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(Brasília-DF, 20/10/2025) Na manhã desta terça-feira, 21, o ministro Fernando Haddad conversou com os jornalistas na portaria da sede do Ministério da Fazenda. Ele foi questionado sobre o adiamento da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Ele afirmou que durante o dia será apresentada uma proposta, num estudo entre a Fazenda e o Ministério da Casa Civil, aos lideres no Congresso Nacional.
O presiente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Efraim Moraes (União-PB), tinha anunciado a votação da LDO nesta terça-feira, 21. Questionado que Morais teria cobrado corte de gastos, Haddad disse que era amigo de Moraes, que é o Congresso e o partido de Moraes, que não quer votar as propostas de corte de gastos.
“O partido dele é o partido que menos vota proposta de corte de gastos. Ele não ajuda a gente. Eu gosto do (senador) Efraim (Moraes), ele é meu amigo, mas ele precisa reconhecer que não vota.”, disse.
Veja a íntegra da entrevista de Haddad à posta do Ministério da Fazenda, hoje:
Jornalistas: Pela segunda vez o governo pede para adiar a votação da LDO. Qual foi o motivo dessa vez, ministro, mesmo?
Fernando Haddad: Eu preciso resolver. E ontem nós tivemos uma reunião com os líderes e o presidente, antes da viagem de hoje para a Indonésia.
Nós tivemos um encaminhamento lá, em que a Casa Civil e a Fazenda estão hoje estudando a matéria, antes do presidente viajar, para que nós possamos encaminhar a questão do fechamento do orçamento.
Porque você sabe que a medida provisória que caiu, que perdeu vigência, ela tinha importantes temas, tanto relativo a despesas primárias, quanto em relação a despesas tributárias, a gastos tributários. Então nós precisamos equacionar o orçamento, levar a consideração do Congresso, e isso os dois presidentes das duas casas estão a par, de que nós temos que encontrar um caminho para ajustar as contas direitinho, e não ter nenhum percalço no que vem, como não tivemos nos últimos anos.
Tudo que foi combinado com o Congresso, desde 2022, quando teve a transição, nós fizemos uma coisa pactuada, e que não trouxe nenhum percalço para a execução orçamentária.
Jornalistas: Então ainda hoje tem uma decisão?
Fernando Haddad: A Casa Civil e a Fazenda estão reunidos hoje, para nós processarmos aquilo que foi discutido com os líderes, e até o começo da tarde nós vamos ter uma definição do que fazer.
Jornalistas: Em relação ao MP, com alternativas ao IOF?
Fernando Haddad: Em relação a tudo.
Em relação a tudo, inclusive fechar a LDO. Para a gente poder fechar, essas leis todas têm que estar harmonizadas. Quanto vai ser de receita, quanto vai ser de despesa, a LDO e o orçamento.
No fundo, no fundo, é uma coisa só. Essas coisas precisam dialogar uma com a outra, porque senão você vai ter problema de execução orçamentária. E tudo que nós não queremos é chegar ao ano que vem com problema de emenda, de interrupção de obra.
Não tivemos nada disso durante três anos. Por que nós vamos, em função do calendário eleitoral, trazer problemas para o país?
O país não precisa de problemas.
Jornalistas: Em relação às alternativas ao MP do IOF, mas seria, por exemplo, jabutis ou seria um outro texto?
Fernando Haddad: Não está discutindo nenhum.
Jornalistas: O presidente precisa voltar? Você quer colocar um artigo na LDO que deixa explícito que o governo precisa buscar o piso da meta e não o centro? Como que estão essas negociações?
Fernando Haddad: Eu já falei que a fazenda já provou que busca o centro. Uma coisa é você engessar a execução orçamentária, outra coisa é você não se comprometer com o centro da meta. No ano passado, nós tínhamos espaço para investir R$ 20 bilhões a mais do que investimos.
E nós não usamos, porque nós entendemos que o compromisso com as contas cruzas é o que está trazendo para o Brasil crescimento com baixa inflação e baixo desemprego. Nós queremos manter esse padrão. O padrão de crescer com baixo desemprego e baixa inflação.
Esse é o sonho que todo ministro busca concretizar. E nós estamos conseguindo. Nós vamos terminar o mandato com bons indicadores.
Vamos continuar perseguindo os bons indicadores.
JORNALISTA: O presidente da CMO ainda fala sobre a dificuldade de corte de gastos do governo, não é verdade? Ele criticou, o presidente da CMO. Ele criticou na semana passada.
Fernando Haddad: Mas ele próprio não vota? Ele reclama e não vota? O partido dele é o partido que menos vota proposta de corte de gastos. Ele não ajuda a gente. Eu gosto do (senador) Efraim (Moraes), ele é meu amigo, mas ele precisa reconhecer que não vota.
O super salário está onde? A aposentadoria de militar está onde? A indexação do fundo do GDF está onde? Tudo passou pelo Congresso. Então, eu não estou querendo apontar dedo para ninguém, não. Mas as pessoas precisam reconhecer que nós mandamos para lá o corte de gastos.
Eles não votam. A própria MP303 tinha cinco itens que era corte de gastos. Eles podiam ter votado, pelo menos isso.
Nem isso votaram.
JORNALISTA: Ministro, o presidente Lula precisa voltar para anunciar as medidas?
Fernando Haddad: Não, não, não.
( da redação com informações de IA e assessoria. Edição: Política Real)