Primeiro encontro entre Mauro Vieira e Marco Rubio foi auspicioso diz Governo do Brasil, mas não foi definido encontro Trump/Lula; confirmado que caso Bolsonaro não foi discutido
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(Brasília-DF, 16/10/2025) Na tarde desta quinta-feira, Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, após encontro na Casa Branca com secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, informou, em declaração à imprensa, na residência oficial do Brasil em Washington(EUA), fez uma avaliação positiva.
A intenção do encontro era dar início a negociações sobre as tarifas de 50% impostas pelo governo americano a produtos brasileiros exportados ao país.
Primeiro, os dois se reuniram a sós durante 15 minutos. Na sequência, juntaram-se à mesa integrantes de ambos os governos. Os norte-mericanos foram representados, por exemplo, pelo oficial do governo Jamieson Greer, além de integrantes do Departamento de Estado. Do lado brasileiro, estiveram presentes diplomatas, como a embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti.
Ao todo, o encontro durou 1h15min, mas não teve nenhuma conclusão prática, ainda que as conversas tenham sido consideradas positivas por ambos os lados pela disposição em negociar.
Em uma breve declaração à imprensa, o chanceler brasileiro disse que encontro foi "muito produtivo, num clima excelente de descontração e de troca de ideias e posições de uma forma muito clara e muito objetiva".
Segundo Vieira, houve "muita disposição para trabalhar em conjunto para traçar uma agenda bilateral de encontros para tratar de temas específicos de comércio".
Durante todo o encontro, prevaleceu a atitude construtiva e voltada a aspectos práticos da retomada das negociações entre os dois países, em sintonia com a boa química e o que foi decidido sobretudo no telefonema recente entre o presidente Lula e o presidente Trump", disse Vieira.
"Isso foi um princípio auspicioso de um processo negociador no qual trabalharemos para normalizar e abrir novos caminhos para as relações bilaterais", afirmou o chanceler brasileiro.
Vieira disse que reiterou a posição brasileira sobre a necessidade de reversão das medidas adotadas pelo governo americano contra o Brasil a partir de julho e disse que isso irá demandar um processo de negociação a ser iniciado "nos próximos dias".
"Já estamos trabalhando na montagem de uma agenda de reuniões e manterei contato direto com o secretário Rubio nos próximos dias para monitorar o avanço e estabelecer prazos para novos encontros", disse o chanceler.
O ministro brasileiro também disse que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump devem se encontrar em breve, ainda sem data definida.
A reunião entre os governos do Brasil e dos EUA ocorreu 10 dias depois que os presidentes dos dois países conversaram por meio de uma chamada de vídeo, semanas após Lula e Trump terem se cruzado brevemente durante a Assembleia Geral da ONU, nos EUA.
Apenas temas comerciais
Um integrante do governo americano informou que Brasil e EUA trataram exclusivamente de assuntos comerciais durante a reunião estendida. Não teriam sido discutidos, portanto, assuntos como a Venezuela ou a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, parte da justificativa de Trump para o tarifaço.
Do lado brasileiro, a ideia era pedir a diminuição das tarifas de 50% impostas pelos EUA, além do fim de sanções como a suspensão de vistos e punições financeiras a autoridades como o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
( com informações de GNews, CNN. Edição: Política Real)