31 de julho de 2025
BRASIL/ISRAEL

"O Brasil não tem um problema com Israel. O Brasil tem problema com o Netanyahu", disse Lula ao destacar a importância do acordo na Faixa de Gaza

Lula disse também que as notícias sobre Gaza mostram que está na hora "de começar a resolver o problema da guerra na Ucrânia", em referência ao conflito com a Rússia

Por Política Real com agências
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Lula em colativa na FAO. Foto: Ricardo Stuckert

Com agências

(Brasília-DF, 13/10/2025) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Roma, após sua fala no evento da FAO(Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) falou sobre diversos assuntos, mas a Política Real destaca alguns.

Lula falou sobre o cessar-fogo entre Hamas e Israel na Faixa de Gaza nesta segunda-feira ,13, e afirmou que "há muitas possibilidades de um acordo ser definitivo".

"Não se vai devolver a vida dos milhões que morreram, mas se devolve, pelo menos, o direito das pessoas de viverem tranquilas, sem medo de uma bomba, sem medo de um prédio cair", disse o presidente

Lula foi ainda questionado sobre o futuro das relações entre Brasil e Israel após o cessar-fogo e deu a entender que a normalização dos laços depende de uma saída do atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, do governo.

"O Brasil não tem um problema com Israel. O Brasil tem problema com o Netanyahu", disse. "A hora que Netanyahu não for mais governo, não haverá nenhum problema entre Brasil e Israel, que sempre tiveram uma relação muito boa".

Lula disse também que as notícias sobre Gaza mostram que está na hora "de começar a resolver o problema da guerra na Ucrânia", em referência ao conflito com a Rússia.

Em suas declarações à imprensa, o presidente brasileiro também tratou de outros temas, como a indicação de um novo ministro para o Supremo Tribunal Federal (STF), o pedido de extradição da deputada Carla Zambelli (PL) e seu encontro com o papa no Vaticano.

'Muita química na minha relação com o papa'

Lula viajou a Roma desta vez para participar do Fórum Mundial da Alimentação, mas aproveitou sua passagem pela cidade para visitar o Vaticano e o papa Leão 14.

Em um encontro a portas fechadas na manhã desta segunda, o presidente brasileiro trocou presentes com o pontífice e disse ter discutido o tema da pobreza e da injustiça social.

"Eu posso dizer que houve muita química na minha relação com o papa", disse Lula, após a audiência. "Parecia que eu estava conversando com alguém que eu já conhecia há 20 anos, 30 anos."

Inicialmente, a ida de Lula seria tratada como uma visita de Estado, mas, poucas horas antes do encontro, a Santa Sé informou ao governo brasileiro que haveria apenas uma reunião privada, sem todas as honras endereçadas a outros líderes mundiais.

Segundo um membro do Ministério de Relações Exteriores brasileiro, a decisão de mudar o programa foi do Vaticano.

Carla Zambelli e novo ministro do STF

Ao ser questionado sobre o caso de Carla Zambelli, presa na Itália, o petista disse que "nem se lembrava" do nome da deputada federal.

Zambelli deixou o Brasil depois de ser condenada a 10 anos de prisão, em maio, pelo STF. O Brasil pede a extradição da parlamentar.

"Nem lembrava desse nome. Se você não pergunta, eu nem sabia que ela estava aqui ou não", disse Lula após ser questionado sobre o tema por uma jornalista.

"Para mim é uma pessoa que não merece respeito do que é uma democracia. Ela vai pagar pelo erro que fez, ou aqui ou no Brasil. Portanto, é uma questão da Justiça, não é uma questão minha", declarou.

Lula também respondeu a perguntas de jornalistas sobre a indicação de um novo ministro do STF, após o ministro Luís Roberto Barroso anunciar sua aposentadoria antecipada na semana passada.

O presidente disse que sua indicação deve ser baseada na capacitação do novo magistrado.

"Não sei se mulher ou homem, não sei se preto ou branco. Quero, antes de tudo, uma pessoa gabaritada para ser ministro da Suprema Corte. Eu não quero um amigo, quero um ministro da Suprema Corte que terá com função específica cumprir a Constituição brasileira. É essa a única qualidade que eu quero", afirmou.

( da redação com informações da BBC. Edição: Política Real)