31 de julho de 2025
MERCADOS

DESTAQUES DO DIA: Mercados em estabilidade e no Brasil sem grandes índices em destaque mas atenção, ainda, ao IPCA-15 e relatório de Política Monetária

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Por Politica Real com agências
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Mercados com sinais mistos Foto: Arquivo da Política Real

(Brasília-DF, 26/09/2025) A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão em estabilidade e no Brasil atenção para poucos índices em destaque, mas setores avaliando o IPCA-15 e o relatório de política monetária do Banco Central.

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Nesta sexta-feira, os futuros nos EUA operam próximos da estabilidade (S&P 500: 0,0%; Nasdaq 100: -0,1%), enquanto investidores aguardam divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE) de agosto, medida de inflação preferida do Federal Reserve. O S&P 500 recuou 0,9% na semana e o Nasdaq caiu 1,1%, pressionados por quedas em Oracle, Meta e Tesla.

Na Europa, as bolsas avançam (Stoxx 600: +0,3%), com ganhos distribuídos entre a maioria dos setores, mas sob pressão do segmento de saúde. O anúncio de Donald Trump de tarifas de 100% sobre importações de medicamentos a partir de 1º de outubro derrubou papéis de farmacêuticas. Apesar da reação inicial, avalia-se que os impactos podem ser contornáveis com a expansão da produção em solo americano. O mercado também acompanha discussões sobre tarifas europeias de até 50% sobre o aço chinês e os dados de inflação da Espanha.

Na China, os mercados fecharam em queda (CSI 300: -1,0%; HSI: -1,4%), acompanhando a pressão sobre o setor farmacêutico após os anúncios de tarifas dos EUA. Alibaba Health caiu -2,9% e JD Health recuou 2,2%, enquanto no Japão o Topix Pharma Index perdeu 1,5%. O sentimento na região foi dominado pela aversão ao risco no setor de saúde, com investidores precificando os efeitos de tarifas que podem remodelar cadeias globais de suprimentos.

IBOVESPA -0,81% | 145.306 Pontos.   CÂMBIO +0,71% | 5,36/USD

Ibovespa

O Ibovespa encerrou a quinta-feira em queda de 0,8%, aos 145.306 pontos, em um dia negativo para os mercados globais (S&P 500, -0,5%; Nasdaq, -0,4%), que recuaram em meio à abertura das taxas das Treasuries diante de perspectivas mais contidas para o ciclo de cortes de juros nos EUA. Nesse cenário, a curva de juros doméstica abriu, pressionando as ações brasileiras.

As ações da Natura (NATU3, +2,3%) subiram, em meio a um movimento de forte variação no preço da ação após a companhia anunciar a venda da Avon International (exceto a operação na Rússia). Já os papéis do Assaí (ASAI3, -12,8%) tiveram forte queda, repercutindo o anúncio de entrada de medida cautelar contra o Casino e o GPA buscando i) bloquear a venda da participação de 22,6% do Casino no GPA, a menos que os recursos sejam depositados em juízo ou garantias adequadas sejam apresentadas; e (ii) obrigar o GPA a apresentar garantias que isentem o Assaí de eventuais contingências fiscais anteriores ao spin-off.

Para o pregão desta sexta-feira, o destaque da agenda econômica será a divulgação do deflator PCE referente a agosto nos EUA.

Renda Fixa

As taxas futuras de juros encerraram a sessão de ontem com abertura ao longo da curva. No Brasil, a curva abriu influenciada pelo cenário externo, pela forte emissão de prefixados do Tesouro, pelas revisões conservadoras do Banco Central no RPM e pela incerteza eleitoral de 2026. O movimento foi parcialmente compensado pelo IPCA-15 de setembro (+0,48%), abaixo do consenso (+0,52%).

Nos Estados Unidos, os investidores ajustaram suas expectativas para um ciclo de cortes de juros mais contido, em linha com os discursos recentes das autoridades do Fed. Por lá, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,65% (+4,3bps vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,16% (+1,6bp). Na curva local, o DI jan/26 encerrou em 14,9% (- 0,3bp vs. pregão anterior); DI jan/27 em 14,07% (+6bps); DI jan/29 em 13,25% (+7,5bps); DI jan/31 em 13,41% (+5,2bps).

IFIX

O IFIX fechou a quinta-feira em alta de 0,13%, registrando a terceira valorização consecutiva, mesmo com a curva de juros pressionada. No mês, acumula ganho de 2,66% e, no ano, 14,53%. O movimento ocorreu em um dia marcado pela divulgação do IPCA-15 de setembro (+0,48%), abaixo do consenso (+0,52%), e por ajustes nas expectativas para o ciclo de juros nos EUA após discursos mais duros de autoridades do Fed.

Setorialmente, os fundos de tijolo avançaram 0,20%, enquanto os fundos de papel subiram 0,19%. Entre as maiores altas, destacaram-se CACR11 (+2,2%), SNFF11 (+1,6%) e WHGR11 (+1,5%). Já as principais quedas foram de KFOF11 (-1,9%), DEVA11 (-1,4%) e ITRI11 (-1,4%).

Economia

Nos EUA, o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 3,8% no segundo trimestre de 2025, acima da segunda estimativa de 3,3%, impulsionado principalmente por uma revisão para cima do consumo das famílias. O PCE subiu 2,5%, com destaque para serviços, enquanto o consumo de bens permaneceu robusto. Esse resultado diminuiu as expectativas de cortes agressivos de juros pelo Fed, impactando negativamente bolsas e elevando as taxas de juros americanas. Hoje, o foco está no deflator do PCE, principal índice de preços para o Fed, com expectativa de avanço de 0,3% m/m (2,7% a/a) e 0,2% m/m (2,9% a/a) para o núcleo.

No Brasil, o Banco Central reiterou o cenário de juros altos por mais tempo, projetando inflação de 3,1% no primeiro trimestre de 2028, ainda acima da meta. Segundo estimamos, a Selic deve permanecer em 15,00% até o início de 2026, com início do ciclo de cortes em janeiro, chegando a 12,00% no final de 2026. O IPCA-15 de setembro avançou 0,48% m/m, com inflação anual subindo para 5,32%, impactada pelo fim do bônus de Itaipu nas tarifas de energia. A inflação de serviços subjacentes ainda indica espaço limitado para queda de juros, enquanto os preços de bens seguem bem-comportados.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)