31 de julho de 2025
MERCADOS

DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em alta e no Brasil ainda se reflete sobre o Copom e sem índices relevantes para divulgação

Veja mais

Por Politica Real com agências
Publicado em
Mercados em alta Foto: Arquivo da Política Real

(Brasília-DF, 18/09/2025) A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão em alta e no Brasil atenção e reflexão, ainda, sobre a decisão do Copom e sem índices relevantes em destaque, para divulgação.

Veja mais:

Mercados globais

Nesta quinta-feira, os futuros nos EUA operam em alta (S&P 500: +0,9%; Nasdaq 100: +1,1%) após a decisão do Federal Reserve de cortar os juros em 25 bps. Em coletiva, Jerome Powell classificou a medida como um corte de “gestão de riscos”, sinalizando dois novos cortes ainda este ano, mas frustrando pequena parte do mercado que esperava uma trajetória ainda mais agressiva de flexibilização.

Na Europa, as bolsas sobem (Stoxx 600: +0,8%), com ganhos em todos os principais setores. Bancos avançam puxados por Santander, Deutsche Bank e Monte dei Paschi. Novo Nordisk também se destacou após divulgar resultados positivos de testes com a pílula de obesidade Wegovy. A decisão do Fed repercute no sentimento europeu, ao lado da expectativa pela reunião do Banco da Inglaterra, que deve manter os juros estáveis em 4%.

Na China, os mercados recuaram (HSI: -1,3%; CSI 300: -1,2%) após relatos de que Pequim teria proibido o uso de chips de inteligência artificial da Nvidia. Em contraste, o setor de semicondutores asiáticos avançou. No Japão, o Nikkei 225 subiu 1,2%, renovando recorde em 45.303 pontos, impulsionado por SoftBank e empresas de tecnologia.

Economia

Como amplamente esperado, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) cortou sua taxa básica de juros em 0,25 p.p., para o intervalo entre 4,00% e 4,25%. A votação não foi unânime, já que Stephen Miran optou por uma redução de 0,50 p.p.. Segundo o comunicado pós-decisão, os riscos baixistas para o emprego aumentaram. Com relação ao cenário econômico dos membros do Fed, a mediana de projeções para a taxa de juros de referência (Fed Funds Rate) no final de 2025 recuou de 3,9% para 3,6%, sugerindo cortes de 0,25 p.p. nas duas últimas reuniões de política monetária deste ano. A mediana para o final de 2026 caiu de 3,6% para 3,4%, enquanto a projeção para 2027 foi reduzida de 3,4% para 3,1%. O mercado atualmente precifica que os juros atingirão cerca de 3,0% até o final do próximo ano.     

IBOVESPA +1,1% | 145.593 Pontos.    CÂMBIO +0,1% | 5,30/USD

Ibovespa

O Ibovespa encerrou a quarta-feira em alta de 1,1%, aos 145.593 pontos, renovando máximas históricas e impulsionado pela decisão de juros nos EUA. O FOMC reduziu as taxas de juros em 25 bps, em linha com as expectativas do mercado, o que causou um fechamento da curva de juros local e favoreceu o desempenho de papéis cíclicos. Enquanto isso, os investidores aguardaram a decisão do Copom, divulgada após o fechamento do mercado. Por aqui, a taxa Selic foi mantida inalterada em 15,00%, também em linha com o esperado, mas o comunicado após a decisão trouxe um tom mais duro.

Entre os destaques positivos do dia estiveram as varejistas Raia Drogasil (RADL3, +6,1%), Magazine Luiza (MGLU3, +5,3%) e Assaí (ASAI3, +4,6%), beneficiadas pelo fechamento da curva de juros. Na ponta negativa, Marfrig (MRFG3, -2,2%) recuou em movimento técnico, enquanto os investidores seguem no aguardo da conclusão da fusão com a BRF (BRFS3, -0,6%), cujos papéis passarão a ser negociados sob o mesmo código a partir de 23 de setembro.

Nesta quinta-feira, a agenda econômica inclui decisões de política monetária no Japão e no Reino Unido.

Renda Fixa

As taxas futuras de juros encerraram a sessão de quarta-feira com fechamento ao longo da curva. No Brasil, o movimento ocorreu em meio à expectativa pela decisão do Copom, que manteve a Selic em 15% após o encerramento do mercado. Nos Estados Unidos, embora o Fed tenha reduzido os juros em 0,25 ponto percentual, o discurso de Powell — ao afirmar que a medida foi uma “gestão de risco” e que o caminho à frente é incerto — foi interpretado como mais duro que o comunicado. Com isso, as Treasuries reverteram a queda e passaram a subir no fim da tarde. Assim, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram em 3,56% (6,03bps vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,08% (5,01bps). Na curva local, o DI jan/26 encerrou em 14,89% (+0,5bps vs. pregão anterior); DI jan/27 em 13,94% (- 1,2bps); DI jan/29 em 13,05% (- 1,7bps); DI jan/31 em 13,23% (- 3,7bps).

IFIX

O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou o pregão de quarta-feira com avanço 0,18%, assim atingindo uma nova máxima aos 3.563,31 pontos. Com isso, o índice acumula alta de 2,50% no mês de setembro e de 14,34% no ano. O movimento foi impulsionado pela queda dos juros nos EUA.

No desempenho setorial, tanto os fundos de tijolo quanto os de papel registraram alta na semana, com variações médias de 0,35% e 0,10%, respectivamente. Entre as maiores valorizações, destacaram-se TRBL11 (3,5%), GZIT11 (2,2%) e KFOF11 (2,1%). Já entre as principais quedas, figuraram OUJP11 (-3,3%), CPSH11 (-2,0%) e CACR11 (-1,4%).

No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) manteve a taxa Selic em 15,00%. O comunicado pós-reunião trouxe, em nossa visão, um tom hawkish (mais duro). As projeções de inflação do Comitê vieram acima da maioria das expectativas de mercado. Além disso, o Copom afirmou que “seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”. Isto posto, acreditamos que a decisão e a comunicação do Copom seguem consistentes com o nosso cenário de início de um ciclo gradual de cortes de juros em janeiro, com a taxa Selic atingindo 12,00% após seis reduções consecutivas de 0,50 p.p.. Sinais mais claros de arrefecimento da atividade, inflação corrente mais baixa, retomada do ciclo de flexibilização monetária pelo Fed e apreciação adicional da taxa de câmbio sustentam o nosso prognóstico.  

Hoje, outras decisões de política monetária estarão em destaque. O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deverá manter sua taxa básica de juros em 4,00%, após corte de 0,25 p.p. na reunião anterior, em meio ao cenário de desaceleração do crescimento econômico e inflação ainda elevada. À noite, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) deve manter sua taxa de juros de referência em 0,50%, o nível mais alto desde 2008.       

( da redação com informações de assessoria. Edição:  Política Real)