31 de julho de 2025
ECONOMIA

Cesta básica baixou o custo em 15 das 27 capitais, informa estudo de parceria Conab/ Dieese

Segundo a pesquisa, a queda foi puxada pelo menor preço do arroz, carne bovina, açúcar e feijão.

Por Política Real com assessoria
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Alimentos estão baixando de preços Foto: Arquivo da Política Real

(Brasília-DF, 20/08/2025) Nesta quarta-feira, 20, foi divulgada a Análise Mensal da Cesta Básica de Alimento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O custo para os brasileiros dos alimentos básicos diminuiu em 15 capitais e aumentou em outras 12.  O anúncio da parceria e a apresentação dos dados desse primeiro estudo foi realizado na manhã desta quarta-feira, como evento nacional no auditório da Conab, em Brasília, e simultaneamente, nas 10 capitais que passam a ser incluídas nessa análise a partir de agora.

Segundo a pesquisa, a queda foi puxada pelo menor preço do arroz, carne bovina, açúcar e feijão. O levantamento ainda mostra que São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 865,90), seguida por Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74), Salvador (R$ 635,08) e Porto Velho (R$ 636,69).

A participação da Conab na pesquisa é resultado da parceria entre as instituições e possibilita ao Dieese ampliar a coleta de preços de alimentos básicos de 17 para 27 capitais brasileiras. Agora, em Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Rio Branco (AC), São Luís (MA), Teresina (PI) e Porto Velho (RO) o preços da cesta básica de alimentos passa a ser o monitorado, cobrindo, assim, todo o território nacional.

“Estamos fazendo aqui uma reparação histórica também. Dez estados importantes da federação, especialmente do Norte e Nordeste, que não tinham um levantamento do custo dos produtos que vai para a mesa da população, agora eles têm. Isso dá possibilidade para o Governo Federal se antecipar na formação de políticas públicas”, destacou o presidente da Conab, Edegar Pretto.

O acompanhamento dos preços da cesta básica de alimentos é uma ferramenta importante para se conhecer o custo da alimentação no país. “Com isso também a gente faz um cálculo de quantas horas de trabalho um trabalhador ou uma trabalhadora precisa executar para poder garantir essa cesta. E também a gente calcula o salário mínimo nacional necessário. Então são vários indicadores que apoiam tanto as lutas da classe trabalhadora, mas também as políticas públicas”, ponderou a diretora técnica do Dieese, Adriana Marcolino.

Ampliação dos produtos da cesta básica

Segundo o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia, Silvio Porto, essa parceria é um primeiro passo para a implementação do Decreto 11.936 de 2024, que institui a composição da nova cesta básica de alimentos. “Nós estamos com uma grande expectativa que até outubro tenhamos a nova cesta básica definida, porque esperamos que a partir de janeiro nós já possamos fazer esse levantamento com mais alimentos monitorados, saindo de 12 ou 13 para 35 produtos, incluindo 5 produtos ultraprocessados que a gente quer acompanhar como uma forma de comparação, de marcador”, detalhou Porto.

De acordo com o diretor do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Anderson Amaro, a implementação da nova cesta básica de alimentos é resultado de uma luta histórica pela alimentação de qualidade. “A gente tem, nesse momento histórico de retomada das políticas públicas, dialogado bastante em torno da necessidade de avançarmos no que se refere ao aumento de oferta de alimentos para o povo brasileiro. Nossa tarefa primordial é e sempre foi primar pela produção de alimentos saudáveis. E quando foi lançada a nova cesta básica, obviamente nós comemoramos muito, porque isso faz parte de uma luta histórica de atualizar e avançar nesta perspectiva de garantir que todos e todas possam ter acesso a alimentos de verdade”, disse ele.

Para a coordenadora do programa de alimentação saudável e sustentável do Instituto de Defesa de Consumidores (IDEC), Laís Amaral, a iniciativa das duas instituições é fundamental para a geração de dados corretos e confiáveis sobre a alimentação em todo o país. "A cesta básica nacional assume um papel estratégico, uma medida econômica e social que valoriza alimentos adequados e saudáveis, respeita as culturas e tradições locais, promove a saúde e contribui para a preservação ambiental. O grande desafio agora é assegurar que esses alimentos cheguem de fato à população com preços justos e acessíveis. Nesse sentido, a iniciativa em parceria da Conab e do Dieese é de extrema relevância", complementou ela.

Neste primeiro ano, o investimento pela parceria é de R$ 2,5 milhões, que permite a ampliação do escopo do monitoramento feito pelo Dieese, ao mesmo tempo que possibilita à Conab uma análise agregada do custo da cesta básica em sua totalidade. O contrato tem validade até março de 2026,  podendo ser prorrogado conforme as diretrizes do Regulamento de Licitações e Contratos da Conab (RLC).

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)