31 de julho de 2025
ECONOMIA

INFLAÇÃO DO MÊS: IPCA de julho fica em 0,26% acima da inflação de junho mas abaixo do que esperava o mercado; IBGE registra que apesar das previsões positivas do mercado com o Focus, inflação está acima da meta do BC

O grupo Alimentação e bebidas apresentou variação negativa (-0,27%) na passagem de junho para julho, assim como os grupos Vestuário (-0,54%) e Comunicação (-0,09%)

Por Política Real com assessoria
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Veja o comparativo Foto: Imagem do site do IBGE

(Brasília-DF, 12/08/2025) Na manhã desta terça-feira, 12, saiu o esperado IPCA de julho, a chamada inflação oficial, que ficou abaixo do que esperava o mercado, mas acima do mês passado. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do mês de julho foi de 0,26%, 0,02 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,24% de junho.

No ano, o IPCA acumula alta de 3,26% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,23%, abaixo dos 5,35% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2024, a variação havia sido de 0,38%.

O grupo Alimentação e bebidas apresentou variação negativa (-0,27%) na passagem de junho para julho, assim como os grupos Vestuário (-0,54%) e Comunicação (-0,09%). Os demais grupos de produtos e serviços pesquisados ficaram entre o 0,91% de Habitação e o 0,02% de Educação.

Em julho, o grupo Habitação registrou alta de 0,91% impulsionado pela variação de 3,04% na energia elétrica residencial, subitem com o maior impacto individual no índice do mês (0,12 p.p.). A alta reflete o reajuste de 13,97% em uma das concessionárias em São Paulo (10,56%) vigente desde 04 de julho; 1,97% em Curitiba (2,47%) desde 24 de junho; 14,19% em uma das concessionárias de Porto Alegre (1,48%) a partir de 19 de junho e redução de 2,16% nas tarifas de uma das concessionárias do Rio de Janeiro (0,71%) a partir de 17 de junho. Cabe destacar que, em julho, permanecia vigente a bandeira tarifaria vermelha patamar 1, adicionando R$4,46 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos.

No ano, energia elétrica residencial acumula uma alta de 10,18%, destacando-se como o principal impacto individual (0,39 p.p.) no resultado acumulado do IPCA (3,26%). Esta variação (10,18%) é a maior para o período janeiro a julho desde 2018 quando o acumulado foi de 13,78%.

Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto (0,13%) contemplou os seguintes reajustes: 4,97% em Salvador (2,16%) a partir de 18 de julho; 9,88% em Brasília (0,57%) a partir de 1º de junho; e 4,76% em Rio Branco (0,14%) desde 1º de maio, este outorgado de forma escalonada entre os meses de maio e junho.

Com a segunda maior variação e impacto no mês de julho, a alta do grupo Despesas pessoais (0,76 % e 0,08 p.p.) foi impulsionada pelo reajuste, a partir de 9 de julho, nos jogos de azar (11,17% e 0,05 p.p.).

No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,45%) destacam-se as altas nos itens de higiene pessoal (0,98%) e no plano de saúde (0,35%), que reflete a incorporação dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Para os planos contratados após a Lei nº 9.656/98, o percentual é de até 6,06%, com vigência a partir de maio de 2025 e cujo ciclo se encerra em abril de 2026. Para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98, os percentuais autorizados foram de 6,47% e 7,16%, a depender do plano.

O grupo Transportes acelerou de junho (0,27%) para julho (0,35%), impulsionado pela alta nas passagens aéreas (19,92% e 0,10 p.p.). Os combustíveis, por sua vez, recuaram 0,64% em julho com quedas nos preços do etanol (-1,68%), do óleo diesel (-0,59%), da gasolina (-0,51%) e do gás veicular (-0,14%).

Registre-se, também, o reflexo da gratuidade concedida aos domingos e feriados no metrô (0,16%) em Brasília (2,80%), e no ônibus urbano (0,46%), em Brasília (2,80%) e Belém (6,68%), além da redução de tarifa aos domingos e feriados em Curitiba (2,94%). Adicionalmente, o táxi (0,21%) incorpora o reajuste médio de 8,71% nas tarifas em Belo Horizonte (2,05%), a partir de 7 de junho.

No Vestuário (-0,54%) destacam-se as quedas na roupa feminina (-0,98%) e na roupa masculina (-0,87%).

O grupo Alimentação e bebidas, que tem o maior peso no índice, apresentou queda (-0,27%) na média de preços pelo segundo mês consecutivo (em junho a variação foi de -0,18%). A queda em julho foi impulsionada pela alimentação no domicílio que caiu 0,69% na passagem de junho para julho, com destaque para as quedas da batata-inglesa (-20,27%), da cebola (-13,26%) e do arroz (-2,89%).

A alimentação fora do domicílio registrou variação de 0,87% em julho, frente ao 0,46% de junho. O subitem lanche acelerou de 0,58% em junho para 1,90% em julho, e a refeição saiu de 0,41% em junho para 0,44% em julho.

Quanto aos índices regionais, São Paulo apresentou a maior variação (0,46%) por conta da passagem aérea (13,56%) e da energia elétrica residencial (10,56%). A menor variação ocorreu em Campo Grande (-0,19%) em razão da queda na batata-inglesa (-33,84%) e na energia elétrica residencial (-1,39%).

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 01 de julho de 2025 a 30 de julho de 2025 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de maio de 2025 a 30 de junho de 2025 (base).

INPC tem alta de 0,21% em julho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,21% em julho. No ano, o acumulado é de 3,30% e, nos últimos 12 meses, de 5,13%, abaixo dos 5,18% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2024, a taxa foi de 0,26%.

Os produtos alimentícios passaram de -0,19% em junho para -0,38% em julho. A variação dos não alimentícios passou de 0,37% em junho para 0,41% em julho.

Quanto aos índices regionais, a maior variação (0,56%) ocorreu em São Paulo por conta da energia elétrica residencial (10,61%) e do conserto de automóvel (2,94%). A menor variação ocorreu em Campo Grande (-0,27%) em razão da queda na batata-inglesa (-33,84%) e na energia elétrica residencial (-1,37%).

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)