DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em queda e no Brasil será divulgado os dados da indústria, em junho
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(Brasília-DF, 01/08/2025) A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão em queda e no Brasil destaque será a produção industrial de junho, que deve crescer 0,4% em relação a maio, mas apresentar contração de 0,7% na comparação anual.
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Mercados globais
Nesta sexta-feira, os futuros nos Estados Unidos operam em queda (S&P 500: -1,1%; Nasdaq 100: -1,2%), em dia de anúncios e retomada das tarifas por Donald Trump, e após divulgação dos resultados de Apple e Amazon. Ambas as empresas apresentaram surpresas positivas na surpresa e no lucro, porém ao passo que as ações de Apple sobem com surpresa nas vendas de iPhones, Amazon cai com guidance pior que o esperado para lucro operacional.
As bolsas da Europa operam em queda (Stoxx 600: -0,7%), e na China as bolsas fecharam negativas (CSI 300: -0,5%; HSI: -1,1%). No restante do mundo, outras bolsas também operam negativas diante de aumento da percepção de risco decorrente das notícias relacionadas a tarifas.
Economia
Nos Estados Unidos, o Core PCE de junho, indicador de inflação preferido do Fed, avançou 0,3% no mês, em linha com as expectativas, refletindo uma expansão anual de 2,8%. Alguns analistas apontam que os efeitos das tarifas impostas por Donald Trump começam a aparecer nos dados, enquanto métricas de serviços seguem benignas. O destaque de hoje será o Payroll de julho, com expectativa de geração líquida de 104 mil empregos e leve alta na taxa de desemprego para 4,2%. Além disso, as expectativas de cortes de juros pelo Fed diminuíram para um corte, após dados mais fortes de atividade e inflação e declarações do presidente Jerome Powell. Na Zona do Euro, o CPI ficou estável em julho, com núcleo de inflação em 2,3% na comparação com julho de 2024; o mercado espera estabilidade nas taxas de juros do BCE diante da convergência da inflação e desaceleração econômica.
IBOVESPA -0,69% | 133.071 Pontos. CÂMBIO 0,27% | 5,60/USD
Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão de quinta-feira em queda de 0,7%, aos 133.071 pontos. Os investidores continuaram atentos aos desdobramentos relacionados às tarifas dos EUA sobre o Brasil, após o governo norte-americano anunciar uma série de isenções à tarifa-base de 50% no dia anterior. Além disso, o mercado também reagiu à decisão do Copom, que manteve a taxa Selic em 15,00% — em linha com o esperado —, mas divulgou um comunicado com tom ainda duro, evitando sinalizações mais brandas sobre a trajetória da inflação e a possibilidade de uma política monetária mais branda para os próximos meses.
Entre os destaques positivos do dia, Usiminas (USIM5, +5,8%) avançou após a CSN (CSNA3, +1,0%) anunciar a venda de R$ 263,3 milhões em ações da companhia. Na ponta negativa, frigoríficos como Marfrig (MRFG3, -10,2%) e BRF (BRFS3, -5,7%) recuaram após a decisão dos EUA de manter as tarifas sobre a carne bovina brasileira.
Para o pregão de sexta-feira, o foco dos mercados estará no relatório de empregos (Non-Farm Payroll) dos EUA referente a julho. No Brasil, destaque para os dados de produção industrial de junho. Pela temporada internacional de resultados do 2T25, os destaques serão Eaton Corporation e ExxonMobil.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão de quinta-feira (31) com forte abertura da curva. No Brasil, o leilão expressivo de títulos prefixados do Tesouro Nacional aumentou a pressão sobre a curva, enquanto a pesquisa da AtlasIntel, que mostrou avanço na aprovação do governo, também influenciou o mercado. A taxa de desocupação caiu de 7,1% para 5,8% entre os trimestres encerrados em março e junho, segundo a Pnad Contínua, atingindo o menor nível desde o início da série histórica, em 2012. O dado reforça a percepção de um mercado de trabalho aquecido e sustenta a postura mais cautelosa do Banco Central, que manteve a Selic em 15%. Nos EUA, o núcleo do PCE subiu 0,3% em junho na comparação mensal e 2,6% na anual, em linha com as expectativas de mercado, com os títulos soberanos demonstrando pouca reação. Nos EUA, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,96% (+1,23bps vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,37% (-0,40bps). Na curva local o DI jan/26 encerrou em 14,92% (+0,5bps vs. pregão anterior); DI jan/27 em 14,37% (+14bps); DI jan/29 em 13,57% (+15,5bps); DI jan/31 em 13,75% (+11bps).
IFIX
O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou a quinta-feira em alta de 0,67%. Ainda assim, acumulou queda de 1,36% em julho, influenciado pela abertura da curva de juros, em meio às tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Entre os segmentos, os fundos de tijolo foram o destaque negativo no mês, com performance média de -1,66%, enquanto os FIIs de papel apresentaram desempenho médio de -0,80%. As maiores altas de julho foram registradas por PATL11 (9,2%), RBRL11 (6,3%) e FATN11 (5,5%). Já as maiores quedas ficaram com BLMG11 (-11,4%), KORE11 (-11,0%) e TGAR11 (-10,1%).
No Brasil, a taxa de desemprego caiu para 5,8% no segundo trimestre, abaixo das expectativas, com tendência de queda também nas taxas ajustadas sazonalmente – de 5,8% para 5,6%. Os rendimentos reais do trabalho aumentaram pelo nono mês consecutivo, sustentando a resiliência da atividade nos setores sensíveis à renda. A previsão da XP para o crescimento do PIB em 2025 é de 2,5%, com a taxa de desemprego estimada para fechar o ano em torno de 6,0%.
Na agenda de hoje, o destaque será a produção industrial de junho, que deve crescer 0,4% em relação a maio, mas apresentar contração de 0,7% na comparação anual, reflexo da forte recuperação do setor no ano passado após a tragédia climática no Rio Grande do Sul.
( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)